sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

E por falar em fadas...

No saco do Pai Natal vinham as asas desejadas.




Ilusões, Instâncias Superiores com asas e varinhas mágicas e Chuchas


Após 5 dias de mini-férias de Natal, quando ontem chegou à creche e mal tinha um pé lá dentro, já a Mathilde estava a contar a toda a gente que tinha deixado de dormir com chucha.
Por isso, na creche, teve um presentinho simbólico, uma caneta com o nome dela, deixado pela Fada da Chucha.
Isto está a ter imensos benefícios secundários ;)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Ilusões, Instâncias Superiores que cantam "Ho Ho Ho" e Chuchas


Durante o Advento, os meninos de todo o mundo escrevem cartas ao Pai Natal.
A Mathilde escreveu a dela.
E recebeu resposta, dois dias antes do Natal, em francês porque ela quis escrever-lhe assim.



"23/12/2007


Salut petite Mathilde,

C’est moi, le Papa Noël.

J’ai reçu ta lettre avec ton joli dessin et toutes tes demandes de cadeaux.
J’ai beaucoup aimé, merci.

Je sais que cette année tu as été une petite fille très gentille avec ton papa, ta maman et ta jolie petite sœur Manon.

À la crèche on ma dit que tu ne dors plus avec ta sucette, que tu as appris à écrire ton prénom et que tu as fait l’Ange Gabriel au spectacle. Tu étais très jolie avec tes ailes.

J’ai vu aussi que tu as été chez Dra. Rita à cause de ta dent. Ne t’inquiète pas, ça va passer. Tu sais, papa et maman ont raison, il faut que tu mâches de l’autre côté et que tu laves très, très bien tes dents.

Je t’ai vu chez le coiffeur et j’adore tes cheveux. Ils sont comme ceux de maman, c’est vrai ?

Je vais essayer de t’apporter tous les jouets que tu m’as demandé et je t’amènerai aussi des cadeaux que Boucles D’Or, maman, papa, mamy et vovó, m’ont commandé pour toi. Oui, ils m’ont écrit aussi.

Je voudrais, à mon tour, te demander quelque chose.
Petite Mathilde, maintenant que tu es crescida, j’aimerais que, la veille de Noël, tu laisses dans une petite boîte au pied du sapin ta dernière sucette avec un joli dessin, parce que je ne veux pas que tes dents s’abiment et parce que je fais collection de sucettes.
Je sais que tu as un prince, António, avec lequel tu veux te marier et avoir plein de bébés. Si tu me donne ta sucette, pour ton mariage je te t’offrirai ta robe rose avec des mangas de balão, sapatinhos de cristal, brincos et baton.

Je te souhaite un joyeux Noël avec ta famille.
Fais un gros bisou à ta petite sœur Manon.
Sois sage !
Gros beijinhos, Merry Christmas !
A l’année prochaine.

Papa Noël"

A carta estava na caixa do correio, dentro de um envelope azulão.
Que importante a Mathilde! O Pai Natal respondeu-lhe e sabia muitas coisas dela.
Na manhã da véspera de Natal, fui com ela, por sua iniciativa, comprar uma caixinha para a chucha.
Grande entusiasmo até ao momento X. Não foi fácil para ela, nem para nós. Mas há duas noites que a nossa princesinha dorme sem a sua adorada chupeta.

No meio da confusão dos embrulhos, esqueci-me de um que descobri ontem à noite.
Hoje, ao pé da árvore, estava um presentinho extra, com um bilhetinho:

"Mathilde chérie,

Merci beaucoup pour ta sucette !
Tu es vraiment une grande fille, courageuse et forte !

Continues comme ça !
Pour t’encourager je te laisse encore un petit cadeau !

Gros Bisous
Papa Noël"

Espero que funcione!


(A ideia destas cartas foi plagiada de uma amiga minha que tem um filha da mesma idade da Mathilde. Obrigada Rita!)

domingo, 23 de dezembro de 2007

sábado, 22 de dezembro de 2007

A minha primeira peça de Natal


- Mamã, eu vou fazer de Anjo, o Anjo Gabriel que vai anunciar aos pastores o nascimento do Menino Jesus... mas é segredo, é uma surpresa, não se pode contar... não podes dizer a ninguém, está bem mamã?
- Não digo a ninguém Mathilde, faz de conta que eu não sei de nada. Mas olha, se é uma surpresa para a mamã, não me podes contar.
- ... ... - reflexão, reflexão - ... Não faz mal mamã, eu não digo que te contei!

Chegou o dia da surpresa, foi na quinta-feira. Uma peça natalícia com banda sonora, décor, guarda-roupa, make up e cadeira de realizador e tudo!
Foram 10 minutinhos.
Comecei a lacrimejar assim que a Mathilde entrou a tocar guizos, com asas, auréola e purpurinas muito discretas como convém a um Anjo, Arcanjo aliás, e só parei depois do bis do "A todos um Bom Natal", representação terminada.
Revi o vídeo em casa, claro que filmámos o evento!, e lá lacrimejei os minutinhos todos outra vez.
Que lindos todos! E que linda e compenetrada na personagem a nossa princesinha grande!
A sua preocupação antes de entrar, contaram-nos depois,era se a Manon viria vê-la.
A Manon foi vê-la, claro. Sentou-se e nem se mexeu, de olhos pregados na irmã, com um ar absolutamente fascinado e admirativo.
Lá lacrimejei mais um bocadinho.

É Natal! Que bom! Lacrimejo ainda mais nesta época do ano :)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Here comes the sun



Fomos ao cinema com a Mathilde.
A nossa primeira vez.
A segunda vez dela.

Uma bela fita, Bee Movie, a história de uma abelha.
Adorei o filme. Mais uma vez a palavra "incontornável" se fez figura ao pensar neste Senhor, o Nuno é fantástico!

- Como é que se chama a abelha?
- Nuno! - risos - Barry!

Um final feliz ao som de uma canção da minha vida.

"Here comes the sun, here comes the sun,
and I say it's all right"

domingo, 16 de dezembro de 2007

Para quando uma televisão interactiva?

Há bocadinho a ver isto.

- Que é isso mamã?
- É o Bee Moovie, o filme que vamos ver, com a voz do Nuno.
- O da abelha?
- Sim. Olha o Nuno!
- Nuno! É o Nuno! Ó Nuno! Fala comigo!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Amor é...


- Papa, c'est cool!
- Quoi Mathilde?
- C'est cool d'avoir une petite seur toute jolie!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

37


Mathilde - Parabéns a ...
Manon - ... ocê!

E o dia começa bem! :)

(Este ano tive direito às versões habituais, em português e em francês e a uma nova, "Happy birthday to you mamã!". Um luxo!!)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Vasco Granja


A predilecção da Mathilde pelo Baltazar deve-se a este boneco da minha infância.
Desde bebé que ela tem umas marionetas de enfiar no dedo que eu nomeei de forma a inventar histórias que lhe contava e cantava.
Há a princesa da moda, porque vestida de rosa e laranja.
O dragão verde.
O mocho para narrar a aventura.
o bobo da corte.
o cavaleiro da máscara de ferro.
O cavaleiro negro.
O mágico Merlin.
E os 3 Reis Magos - Belchior, Baltazar e Gaspar.

Pelo meio das histórias, Baltazar teve sempre direito a banda sonora, plagiada da série clássica sobre um professor jugoslávio que pensava, pensava, pensava...

Espírito Natalício IV


Os Reis Magos também conhecidos pela Mathilde como os Reis "Magros", são habitualmente referidos em conjunto. Poucos sabem mais a seu respeito do que a proveniência do Oriente atrás de uma estrela rabuda, carregando em cima de camelos presentes para o Menino-Deus.
Conhecem-se as prendas e tem-se a ideia que um deles é negro.

Sem grandes obsessões pela perfeição, a precisão é algo de que gosto e, no entanto, verifiquei que o meu conhecimento sobre estes 3 senhores era sobejamente insuficiente quando a Mathilde resolveu interessar-se por quem trouxe o quê e quem é exactamente cada um deles.

A ignorância agravou-se quando o presépio da vovó, que fomos fazer hoje de manhã, se revelou clássico, cheio de figurinhas de barro daquelas à antiga, ovelhas, pastores e lavadeiras, casinhas, anjinhos e músicos, um Menino Jesus que parece ter 14 anos, cabendo dificilmente na mangedora e claro, 3 Reis, um branco de cabelo dourado, o segundo cor-de-galão-claro e o último cor-de-carvão.

Pois qual é o Baltazar?, e que presentes levavam os Reis?, e mirra, o qué que é isso?, e era o Baltazar que levava a mirra?...

As crianças têm esta coisa maravilhosa chamada curiosidade a rodos e que activa a minha. Fui procurar.

está!

Belchior (ou Melchior) - representante da raça branca, europeia; ofereceu ouro que simboliza a nobreza do Menino recém-nascido;

Gaspar - representante da raça amarela, asiática; ofereceu incenso que simboliza a divindade de Jesus;

Baltazar - representante da raça negra, africana; ofereceu mirra, uma erva amarga que simboliza o sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto salvador da Humanidade, e representa também Jesus enquanto homem;

Pronto! Já posso responder à Mathilde com os detalhes pretendidos. E sim, era o Baltazar quem levava a mirra.


Isto do Natal tem que se lhe diga.
Ela, já há dias, anda a cantarolar "Já nasceu o Deus-Menino, filho da Virgem Maria".
Menino Jesus, por favor, que ela não pergunte o que é que quer dizer virgem, está bem? Dá-me mais uns aninhos, pode ser?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Pois é mamã?

Mathilde e Manon a jantar. DVD "O Jardim dos Amigos", episódio "Missão secreta".

Mathilde - Eu também tenho um segredo, da creche. Não posso contar ao papá e à mamã.
Papa - Et c'est quoi le secret?
Mathilde - Rien! ... Não se pode contar. É segredo. É surpresa. Se não, não tem graça. Pois é mamã?
Mamã - Pois é Mathilde! :) Muito bem! Um segredo é um segredo.

(Adoro este "Pois é mamã?", recuso-me a corrigir. Ela usa a torto e a direito. Ex. "A Manon ainda é pequenina. Pois é mamã?", "Hoje não há creche. Pois é mamã?". Adoro!)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

TPC



Cá está a Maria!
Adorámos fazer isto. Um regresso às aulas de trabalhos manuais.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Conversas com Nossa Senhora


Como pretendido, falei com Ela anteontem à noite antes de dormir e hoje durante o dia aproveitando a disponibilidade oferecida por um trajecto solitário de carro.
E, nem só de Alexandras Solnado vive o "Céu", Ela recordou-me que entre a primeira e a segunda Maria no Presépio, ainda dei outro ar da minha graça encarnando a Estrela de Belém, melhor, estrelando, que o dito corpo celeste é composto de gases quentes, sobretudo hidrogênio e hélio e não tecido muscular estriado esquelético que por muito que se esforce nunca emitirá radiação eletromagnética, em especial a luz.

Maria fez com que me desse conta de que desempenhei os papéis possíveis dado o meu género específico, Nossa Senhora é mulher, Estrela é feminino e os Anjos não têm sexo parece.
Como os Reis só chegam em Janeiro, se descontarmos o Menino, nesta altura do advento, dentro do Presépio do Imaginarium que dei à Mathilde no Natal do ano passado, sobra apenas o S. José. Isto porque vaca ou burro hoje não me calham bem, os animais são nossos amigos, imagem de marca da Arca de Noé, Muu-Muu, I-Ó-I-Ó, a Estrela até tem cauda mas, a poder escolher, prefiro figuras humanas, criaturas celestes com asas ou supernovas (o nome agrada-me apesar do tom tio-like que me ocorre neste momento).

Palavra puxa palavra, lembrei-me de Lhe perguntar se isto de desempenhar papéis de Mãe do Salvador, anunciante do Salvador e guia até ao Salvador quererá dizer alguma coisa. Respondeu-me que é por isso que sou Psiquiatra. Pronto. Estou esclarecida.

Aproveitei e pedi-Lhe para velar pelas minhas meninas e para me ajudar a guiá-las porque aquelas peças de Natal já foram no meu Antigo Testamento e isto desde que a humanidade inventou que não gosta de gente diferente para esconder o medo das suas próprias diferenças, não se percebe muito bem por onde é que anda a luz, e ser psi não me dá um diploma de Mãe.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Espírito Natalício III


A minha primeira experiência em termos de arte dramática no que ao Natal respeita foi pespineta.
Tinha 5 anos e era Natal. Havia festa da catequese e eu lá fui participar.
Cheguei e comunicaram-me que seria uma bandeirinha numa dança de louvor ao Deus-Menino e colocaram-me na mão o dito pauzinho com um tecido flutuante, se bem me recordo, vermelho.
Eu não apreciei.
Estava convicta, com os meus já muito vividos 5 anos, que logicamente eu seria a Maria. Pois se eu era a Maria. E apressei-me a explicar isso mesmo.
Com um sorriso condescendente esclareceram-me que a Maria era grande e que eu ainda não era tão grande como a Maria tinha de ser e que talvez dali a uns anos pudesse ser a mãe do Bebé Jesus mas não com metro e poucochinho. Pergunto-me hoje que tamanho teriam as pessoas grandes há 2007 anos...
Como o meu ar desiludido não melhorasse, optaram por me dar um papel mais próximo das santidades principais e nomearam-me Anjo, o que anunciava a chegada do redentor aos pastores. Ainda me lembro dos versos:
"O galo já canta
A ovelha já berra
O boi ajoelha-se
e prostra-se em terra

Ide todos pastorinhos
Ide todos a Belém
Adorar o Deus-Menino
Que nasceu p'ra nosso bem"

E isto com um modelito rosa velho de cetim e asas e tudo, entenda-se quilos de rouge, baton, e sombra verde, bem ao estilo anos 70.

Anos mais tarde lá fiz de Maria com um S. José do meu então tamanho e um bebé de borracha.
E 2 anos depois da primeira Maria, repetiu-se a peça e Maria fui outra vez, já com um bebé verdadeiro, sempre em nome do primeiro desejo não esquecido pelos demais. Este período entre representações correspondeu àquele momento da vida dos jovens adolescentes em que os membros superiores e inferiores crescem desproporcionalmente em relação ao tronco e ficamos assim, como definir?, compridos e mal feitos, muito braço, muita perna, um tronco entalado ali ao meio e uma cabeça baralhada.
A cabeça baralhada era fácil de camuflar por baixo do véu mas a veste restante tinha ficado subitamente e concretamente curta, ante-braços e pernas à mostra, tanto para mim como para o meu marido carpinteiro.
Nunca mais fiz de Maria depois disso. Acho que a Nossa Senhora tem uma altura ali pelo metro e meio. Só dá para uma faixa etária dos 11 aos 13, e isto há 20 e qualquer coisa anos porque agora com o crescimento provado pelos percentis, qualquer dia já dá para realizar o sonho de Marias de 5 anos.

Ora a Mathilde há 2 dias disse-me durante o banho:
- Sabes mamã, eu hoje fiz a Nossa Senhora.
- Foi? Desenhaste?
- Não fiz eu.
- Fizeram um presépio?
- Sim. A Leonor era o Menino Jesus. O Pedro era o S. José.
- E havia anjos e pastores? (foi o que me ocorreu por motivos óbvios)
- Não. A Mónica fez de vaca e outro menino de burro.
- Ah... (Bom, ok)
- Eu quero fazer sempre de Maria.

(Isto deve passar no braço longo de um cromossoma qualquer.)

- Olha Mathilde, sabes que quando eu era pequenina também queria fazer de Maria mas a primeira personagem que fiz foi de Anjo.
- Ah... também posso fazer de Anjo. Mas gosto mais de fazer de Maria.

(O "também posso fazer de Anjo" deve passar no braço curto doutro cromossoma vizinho mas é recessivo em relação ao gene dominante "Eu quero fazer sempre de Maria".)

Para ajudar à festa, no dia a seguir, no caderninho de recados da Manon vem escrito:
"Papás:
Gostaríamos de montar um presépio elaborado com a colaboração de todas as crianças da Sala e seus pais. Assim, sugerimos que juntamente com os vossos filhos, realizem uma figura do presépio que irá ser montado nos placares pertencentes à Sala.

A figura deverá ter aproximadamente 45cm de altura e ser entregue até ao dia da festa (14 de Dezembro).

Figura: Maria

Material: escolha livre.
Bom trabalho em família!"


Isto ou passa também por osmose ou é um alinhamento cósmico propício ou então Nossa Senhora quer dizer-me algo.
Pelo sim, pelo não, hoje vou trocar umas palavrinhas com Ela a ver se me esclarece.

Parabéns madrinha!

Mathilde - Mamã! Vamos telefonar à Patrícia?...

Papa - Mathilde, je l'appelle et quand Patrícia parle, tu chante, ok?

Mathilde - Ok papa!

O telefone toca.

Patrícia - Estou?

Mathilde - Parabéns a você (e tudo e tudo)... para a menina Patrícia uma salva de palmas! EEEHHH!!! Patrícia! A Manon está aqui! Manon! c'est ta marraine!

Mamã - Manon, é a Patrícia!

Manon - Bom dia!

Mathilde - É a Patrícia!

Manon - Picha!

(às vezes sai Tita, outras Patita ou ainda Paticha. Picha foi uma novidade interessante :) não há nada como a pureza das crianças)

Foi assim ontem à noite.
Parabéns minha comadre do coração!

domingo, 25 de novembro de 2007

Espírito Natalício II


(Presépio de Cascais - 2007)

Mathilde - Tão giro! Olha Manon! É o meu presépio!
Mamã - Estás a ver Manon? A mamã Maria...
Manon - Mamã!
Mathilde - És tu mamã?
Mamã - Não. É mãe do Menino Jesus, a Maria. E o Papá José...
Manon - Papa!
Mamã - Não Manon é o José, o pai do Bebé, o Jesus.
Manon - Jejus!
Mamã - O papá não se chama José.
Manon - Bebé! Jejusss!
Mathilde - Eu sou o bebé! Está bem mamã?
Mamã - Se queres, sim, és o bebé.
Mathilde - A Manon pode ser ali o Baltazar!
Mathilde - A Manon tem mais ar de anjinho...
Manon - Jejuss! Jinho!

(Lamenta-se a má nitidez do meu telemóvel. Tanto detalhe, um menu tão recheado, tanto "nada pára a modernidade" e afinal... mesmo descontando alguma falta de talento fotográfico o tremelique é evidente...)

sábado, 24 de novembro de 2007

Cher Papa Noël,



Papa - Tu veux écrire en portugais ou en français?
Mathilde - En français.
Papa - Et qu'est-ce que tu veux dire?
Mathilde - Merry Christmas!
Papa - Ok.
Mathilde - Et je veux faire un dessin et écrire mon nom.
Papa - Ok. On y va?

"Cher Père Noël, Merry Christmas!
Pour Noël je veux un poney, un jeu de princesses de puzzle, je veux aussi un tout petit Père Noël, je veux une toute petite fille petite rose et jaune. Des livres de princesses, je veux les asas de fée avec du maquillage et une voiture de Barbie. Des habits de princesses, la poupée de Aurora. Je veux une chambre toute de princesse.
Merci beaucoup, un gros bisou
Mathilde"

Variada a lista, entre princesas e princesas, mais princesas. O mundo para ela é maioritariamente Pink e, sabem que mais, tudo bem, ainda bem.

(da esquerda para a direita - Sol, Manon, Pai Natal, Mathilde;
assinatura pela mão da própria;
caligrafia propositada do papá;
rasura inicial provocada por embate acidental do calcanhar esquerdo da Manon na mão esquerda de seu pai, escrivão de serviço;)

Espírito natalício


Diante da imagem de D. André XXIII, Arcebispo de Paris, acabadinho de entrar no cardinalato por nomeação de Bento XVI, a Manon, de dedo em riste dirigido à televisão, comentou do alto da sua desenvolta capacidade oratória:
- Papa Noël!

O pai esclareceu-a que, apesar da indumentária vermelha e branca, qualquer semelhança com a realidade por ela pretendida era pura coincidência. Além do mais, falta-lhe a barba e o saco dos presentes.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Papagaio Louro



Eu falo que me desunho.
A Mathilde fala pelos cotovelos.
A Manon palra como se não houvesse amanhã.

Parece que por cada palavra emitida por um homem, a mulher desbobina, em média, 3.
Cá em casa, o único elemento representativo do sexo masculino afirma desde sempre que um dia não vai conseguir placer un mot com este trio de gralhas à volta dele. A proporção é-lhe nitidamente desfavorável, ora deixa cá ver, façamos um ar guterriano, 3 X 3, 9... se calhar ainda vai mais alguma que contesta a média e prefere o desvio padrão superior... pois, assim de cabeça, sendo gentil, por cada palavra do papá saiem 9, ou 10 das "pipelettes" de serviço, é dose... diga-se que ele não é propriamente calado e introvertido, antes pelo contrário, por isso talvez se consiga reduzir a fracção a 1/6 ou 1/7, mas ainda assim...
Bom, es lo que hay!

A Mathilde está na fase de contar histórias e canções e lengalengas, tudo em opção bilingue franco-lusitana ou luso-francesa e, quando há aula de inglês na creche, passa horas a cantarolar e a inventar palavras que soam à língua dos Beattles, qualquer coisa como "awénowé-row-wow-daw-now-away-raw-they-ow-day-arwénowé" misturado com sons mais definidos "Merry Christmas, I'm Mathilde, I'm a girl, it's a cookie, be quiet, good morning" e por aí fora, o B-A BA das primeiras lições em estrangeiro.

A Manon então, está em plena fase "Papagaio" e "Louro" já agora, dado o cromatismo da sua cabecinha encaracolada. Repete tudo e delicia-se a descobrir novas palavras.
De manhã, levanta-se na cama, inclina a cabeça sobre um dos ombros e diz, com um sorriso maroto e satisfeito "Bom dia!" e depois, para não ficar nenhum "ombro" sem uma festinha, dobra em direcção oposta e "Bonjour!".
Posto isto, mete a primeira e nunca mais pára todo o santo dia. E também canta, tal como a irmã, canta e canta.

Eu discurso sobre o sentido da vida, é algo que sempre me intrigou e me provoca fernicoques que impelem o débito palavresco, está-me na massa do sangue, expressão da minha mãe. E cantarolo, pois claro, sobre o sentido da vida e sobre o que me apetece sem sentido nenhum também.

O papá continua a placer ses mots sem qualquer dificuldade.

Resumindo, é uma parafrenália de sons e palavras nesta casa.

Tenho andado a reflectir e decidi que, se cantarem afinadinho, ainda faço um mini-coro para festas e baptizados, com "orçamentos grátis, vamos a casa". Sempre se amealha um pézinho de meia para as reformas delas, que isto mais vale começar já e aproveitar os recursos.
Isso e fazer bolos para fora também parece que dá.

domingo, 18 de novembro de 2007

Jingle Bells

Sim, ainda estamos a 18 de Novembro.
Sim, o Natal é a 25 de Dezembro.
Sim, faltam 5 semanas.
Sim, é mais de um mês.

No entanto, apeteceu-me e este ano até resisti bastante tempo.
Cá em casa já é Natal!
E com a aprovação das meninas que me ajudaram a fazer a árvore, o presépio e a pendurar bolas, bonecos e fitas pela casa, tudo inquebrável-modelo-resistente-a-crianças-pequeninas adoptado post-maternidade.
O papá tratou da instalação técnica das luzes comentando interiormente que a nossa sala parece uma montra tal o exagero de Pais Natal que pululam nesse espaço. Ora! No Natal somos todos meninos e os meninos gostam, quase sempre, de montras de Natal.

No ano em que a Mathilde nasceu bati todos os meus recordes e decorei a casa 2 meses antes do aniv da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo a este mundo. Até a minha mãe me disse que eu não estava boa da cabeça.
Aborrece-me que as decorações sejam tão giras e durem tão pouco tempo. Como não me agrada, tão pouco, mantê-las depois dos Reis, a solução é começar cedinho. Foi ontem.

Merry Christmas to you all!!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Tildas!


De há umas semanas para cá, a Manon começou a falar de si, como a "Manon". Ou seja, à pergunta "Quem és tu?" A resposta sai prontíssima e com um sorriso orgulhoso "Manon!"
E continua-se com a brincadeira:
- E eu?
- Mamã!
- Et moi?
- Papá!
- E a tua mana?
- Tildas!

Convém acrescentar que a primeira palavra de 3 sílabas que a Manon proferiu certinha foi Mathilde, ou melhor Mathilda. Não sei porque carga de água optou agora por Tildas...
... mas que é giro, é.
Até a Mathilde se ri.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sleeping Beauty


- Eu sonhei que estava uma bruxa aqui na minha cama...
- Sonhaste com uma bruxa? E que é que lhe fizeste? Disseste-lhe que se fosse embora? Deste-lhe um empurrão?
- Não. Ela roubou os meus brinquedos...
- E depois?
- Depois veio o António, matou a bruxa e trouxe os meus brinquedos para o meu quarto.
- O teu príncipe é muito valente!
- E depois eu dormi com o António.

(Pois! Eu também teria dormido Mathilde, compreende-se. :) )

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

domingo, 11 de novembro de 2007

Dirija-se ao Multibanco mais próximo!

Caixa Multibanco.
Papá carrega nos botões.
Mathilde observa.
Máquina dá dinheiro.
Papá retira.
Mathilde observa:

- Elle est gentille cette machine papa!

(Tem dias, digo eu ;))

Eu, abaixo assinado...

Quinta-feira, 8 de Novembro de 2007, 8h30 a.m.

- Mamã, vou contar-te uma coisa!
- Sim Mathilde?
- Eu ontem escrevi o meu nome sozinha.
- Sozinha?
- Sim, sem ajuda. Eu agora já não preciso de ajuda... sou grande... às vezes também preciso... mas ontem escrevi sozinha! (imenso sorriso)
- Muito bem bebé! Tenho de ver isso!

E vi. No desenho das castanhas, coladas na ordem da maior até à mais pequena, lá estava a sua assinatura.



(Imaginavamos lá, há uma semana quando ela começou a escrever as letras do nome como se fosse uma sopa, todas misturadas e espalhadas sobre uma folha, sem escapar nenhuma, que poucos dias depois ela escreveria convicta a sua primeira assinatura... está aqui, está na faculdade ;) )

S. Martinho

"Tenho camisa e casaco
sem remendo nem buraco
estoiro como um foguete
se alguém no lume me mete.
Quem sou eu?
Castanha"


Maria Castanha, made by Mathilde

sábado, 10 de novembro de 2007

That's all folks!

Desde as Princesas on ice que a Mathilde ficou alerta para os espectáculos sobre o gelo.
Fomos hoje ver o "Bugs Bunny on ice", a pedido dela.
Bastante menos emocionante do que a Cinderela, o espectáculo foi divertido com muitos dos Looney Tunes deslizando numa volta ao mundo em 80 minutos, acompanhados de patinadores que, convenhamos, por vezes não pareciam profissionais mas que deram para o gasto apesar de algumas ameaças de queda e um espalhanço efectivo em coreografias nem sempre coordenadas e com um ar pobrezinho.
Parece que não há "On Ice" como o da Disney.
Ainda assim a Mathilde saíu contente, não tanto como das suas incontornáveis princesas, e empaturrada de pipocas, gomas e chupa-chupa em forma de coração, tudo a que se tem direito nestes dias especiais.
Regressámos a casa com uma espécie de "espanador mágico" luminoso estilo luzinhas piscantes do pinheiro de Natal, que vai mudando de cor quando se agita.
Acaricio secretamente a esperança de que me sirva para limpar o pó para além da utilidade óbvia se houver um apagão.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Telas

Temos artistas!
Muito gostam os miúdos de pincéis e tintas!










A Manon pinta como se fosse magia, faz um traço firme seguido de um sonoro "AAAAHHHH!" acompanhando uma expressão surpresa.
Pois é bebé, é mágico não é? Quem inventou a tinta teve uma grande ideia, não foi?


A Mathilde pinta concentrada, com aquele ar de artista compenetrada que a caracteriza. Está em plena fase "figura humana" com detalhes acrescentados todas as semanas, deixámos de ser girinos e já temos cabelos, olhos, nariz, boca, orelhas, sobrancelhas, braços e pernas. E direito a figurar nas pinturas todas. No outro dia desenhou-nos na creche e fez caracóis amarelados à volta da cabeça da Manon, uma graça.

I feel good!!!!


Sabe Deus Nosso Senhor porquê,quando põe os meus óculos de sol, a Manon fica possuída por um espírito Rock & Roll.

A Violeta

Convidaram-me para apresentar ao mercado português a Violeta.
Quem é a Violeta?
É uma boneca muito bonita.
Loirinha de olhos azuis com longas pestanas e um sorriso ternurento.
Fala convicta e curiosa, pede atenção, pede carinho e devolve sempre.
É como uma menina de 2 ou 3 anos.
Quer brincar, propõe brincadeiras, canta, imita as vozes dos animais, imagina festas.
Quer comer, gosta de bolachas, de cereais, de esparguete, de sumo e pizza.
Quer dormir, pede abraços e que lhe digam que gostam dela.
Quer ir ao bacio, pois claro, e descuida-se de vez em quando se não chega a tempo.

É uma boneca única.
Esta maravilha da tecnologia digital foi inventada por Judy Shackelford, que cria brinquedos há mais de 40 anos.

Possui reconhecimento de voz, chip de memória e robótica facial.
Isto significa em termos práticos que reconhece a voz da sua mamã e é tão curioso que quando a apresentei à Mathilde e à Manon, a Violeta passou a reconher a primeira como a sua mamã e quando eu voltei a falar com ela, a boa da boneca perguntou-me várias vezes quem era eu. A resposta saíu-me, às tantas desesperada, "Sou a tua avó, Violeta!"

Tem 800 arquivos de som que lhe permitem ter conversas interactivas com a criança. Ao ponto de às tantas a Mathilde me sussurrar "Ela não se cala. Tens a certeza que quer ir dormir?" Mas cala-se, podemos sugerir-lhe que vá descansar ou se não lhe dermos troco, ao fim de pouco tempo, ela reconhece que é hora da fazer uma sestazinha.

Tem um relógio interno que lhe permite identificar a data, a hora e assim também as horas das refeições, de dormir e acordar. Recorda ainda 7 datas especiais como o Natal e o dia da mãe.
A mímica facial altera-se consoante a emoção expressada, sim, a Violeta expressa emoções, e a expressão não verbal associa-se à verbal. Se se espanta arregala os olhos, se está contente sorri, se está triste faz beicinho.

Tem vários acessórios, todos reconhecidos especificamente por sensores:
Vestido, pijama, escova de dentes, escova de cabelo, 3 colheres com macarrão, esparguete e cereais que encaixam num prato com os mesmos cozinhados, 1 pastelinho, 1 pizza, 1 bolacha e 1 sumo.

No que diz respeito à vertente humana, a Violeta é também um trunfo numa época em que nada pára a modernidade e em que o gosto e estilo de brincar das crianças parece estar a mudar, cada vez mais pedem aparelhos desejados pelos pais, como telemóveis, máquinas fotográficas digitais, Ipods, playstations, etc.
A forma que Shackelford encontrou para contrariar esta tendência foi promover a inclusão de tecnologias avançadas nos brinquedos tradicionais, como as bonecas.
O objectivo principal da Violeta não é ser reconhecida como um robot moderno mas sim como uma menina, uma filha que quer ser cuidada, acarinhada.
Judy Shackelford quis criar uma boneca que fosse capaz de fazer uma menina sentir-se amada.

Para terminar, o valor pedagógico é provavelmente o seu maior e melhor atributo.

As meninas gostam, de uma forma geral, de brincar com bonecas e bebés. Gostam de ajudar a tratar dos irmãos mais novos, interessam-se por crianças pequeninas, nas creches gostam de visitar o berçário e as salas dos mais pequenos.
Brincam às mães, dão de comer aos seus filhos, põem-nos a dormir, vestem-nos, despem-nos, penteiam-nos, brincam com eles, riem com eles, zangam-se e põem-nos de castigo quando eles não fazem o que elas querem.

O elevado valor de jogo da Violeta é fundamentado no facto de dar a oportunidade às crianças de serem mães de uma menina de 3 anos que conversa, interage e sente e que, para além disso, proporciona um desenvolvimento intelectual e emocional através dos cuidados e relação que podem estabelecer com a Violeta.

As crianças precisam de brincar, precisam do jogo e do imaginário para crescerem. Quando brincam, projectam as suas vontades, necessidades, desejos, receios na brincadeira e nas personagens que inventam.
Brincar às mamãs, permite-lhes aliviar os seus temores, dar voz às suas vontades, estabelecer limites que lhes são essenciais para crescer.
As rotinas, a forma delicada de expressão da Violeta, os horários, permitem à criança imitar os pais, perceber as dificuldades,descobrir a responsabilidade e a independêcia de uma forma lúdica, bem como estimula o carinho, a ternura, a gentileza, a boa educação, a obediência, o cuidar do outro, o receber afecto…

Os pais, ao observarem as filhas, podem perceber muito do mundo interno delas e da sua relação com eles.
É um brinquedo que pode ser útil para todos.


Com a minha cabeça adulta, peguei na boneca e identifiquei-a como tal. Os dias foram passando e dei por mim a falar com ela como falo com as minhas filhas, a pegar nela e a ter cuidado como com elas, dei por mim a fazer de mãe da Violeta.
A Mathilde nem precisou de período de adaptação, foi automático. Compreendeu e respondeu perfeitamente à Violeta, imbuiu-se do espírito maternal e deliciou-se com todas as hipóteses de jogo que ela oferece.
Quando a boneca lhe pede um abraço, ela agarra-a de forma tão delicada e afectuosa que me delicia.

É recomendada para crianças a partir dos 5 anos no entanto verifiquei, com a minha princezinha maior, que é possível para meninas mais pequenas também desfrutar e aprender com a Violeta. Até a Manon se interessou por esta "menina" como ela lhe chama.
Cá em casa ganhou uma mãe, uma avó, um avô e uma espécie de tia-irmã porque a nossa caracolinhos dourados o que fez, sem hesitações, foi tentar ingerir todas comidinhas e bolachas dela, glutãozinho! :)

sábado, 27 de outubro de 2007

Raciocínios II


A natação recomeçou este mês, com revisões da matéria dada e novos exercícios:
1 - Mergulhar de cabeça, sentada na borda da piscina.
2 - Ir ao fundo com a mão fora de água e contar até 5, um dedo de cada vez.
3 - Atirar um objecto para longe e ir buscá-lo, salvar o bichinho que se está a afogar é a fantasia associada.

Quanto ao primeiro, aqui vai disto! Nenhuma objecção ao mergulho.
O segundo, nem que lhe paguem em gomas e vestidos de princesa!
O terceiro, testemunhado pelo papá que foi visitar a aula na quinta-feira, não funciona em termos simbólicos.

Professor: Vai mathilde! Vai salvar o peixinho!
Mathilde: Não! Não quero!
Professor: Vai lá Mathilde!
Mathilde: Não, não quero!
Papá: Allez Mathilde! Vas-y! Vas le sauver!
Mathilde: Non papa! Je ne veux pas! Il flotte!!

Há pois todo um pragmatismo justificativo que se impõe. Porque carga de água, e o termo, numa piscina, aplica-se sem hesitações, hei-de eu arriscar-me a nadar esta distância toda para ir salvar um boneco que flutua e quem corre o risco de se afogar sou eu?

Claro Mathilde, percebe-se perfeitamente :D
Operação Bay Watch boicotada.

Bom, senhor professor, há que inventar outro motivo para crianças de lógica implacável em circunstâncias que lhes parecem adversas ;)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Lengalenga

Adoro Lengalengas.

A minha avó contava-me assim:

"Rouxinol que tão bem cantas
onde aprendeste a cantar?
Foi nos paços da rainha
onde o Rei vai passear.
A Rainha vai para as cortes,
o Rei vai para o mar
apanhar conchinhas de oiro
para o Infante brincar."

A minha mãe sentava-me ao colo e fazia-me saltar ao ritmo de:

"Arre burro para Azeitão
Carregado de feijão
É p'ra mim e p'ró meu cão
O meu cão não está cá
Está no Rio de Janeiro
A cavalo num carneiro
Faz andar ao corropio
Corrupio-pio-pio
Corrupio-pio-pio"

E quando me embalavam:

"Tão-balalão
Cabeça de cão,
Orelhas de gato,
Não tem coração.
Rei, capitão
Soldado, ladrão.
Menina bonita
Do meu coração."


A Mathilde anda há uns dias com:

"Enrola o melão
Desenrola a melância
Se queres casar comigo
vai pedir à tua tia
ó zi ó zá,
ó zi ó zi ó zá!"

E uma outra que parece ser algo como:

"Bom dia Sr. Vizinho
Olé, olá
Olá, como está?
Dê-me um tostão
p'ra eu ir ao correio
comprar um balão
se não chover"

Ri-se e diz:
É a lengalenga!

E continua:

"Sola sapato
Rei rainha
Foi ao mar
Pescar sardinha
Para o filho
Do juiz
Que está preso
Pelo nariz
Salta a pulga
Na balança
Dá um pulo
Até à França
Os cavalos a correr
As meninas a aprender
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder"

(Se bem que eu gostava mais de:

"Pico, pico, saranico,
Quem te deu tamanho bico?
Foi o filho do juiz,
Que está preso pelo nariz... etc)

E a Manon ali ao pé vai palrando ao mesmo tempo:

"La, la, la, la
tu, tu, la, la
ti, ti, la, la
bebé, bebé, la, la"

E quando acabam, batem palmas uma à outra.
E nós aplaudimos também, claro está.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Os cães não fazem gatos (tradução livre de Les chiens ne font pas des chats)

Sou médica porque sempre detestei as doenças.
Lembro-me de,quando no hospital algum colega afirmava que determinado doente era muito interessante, pensar, e por vezes perguntar, irónica, se era a doença ou a pessoa o interessante porque, para mim, as doenças não tinham, nem têm, interesse nenhum. As pessoas, pelo contrário, sempre me interessaram.

Prezo a saúde acima de qualquer outra coisa. Não há bem mais precioso, não há nada que bata ser-se saudável por inteiro, física e psiquicamente. Por oposição, detesto a doença. Detesto a doença! DETESTO A DOENÇA!

Na sexta passada, a Mathilde foi ao teatro com a creche, ao Tivoli, ver "1,2,3, uma colher de cada vez"

Voltou a dizer que tem de se comer de tudo para crescer e para "não vir a doença" e que não se pode estar sempre a comer doces por causa da cárie.
Ficámos com a ideia que "a doença" e "a cárie" eram personagens vivas tal como os alimentos, que a primeira era uma bruxa e que a última punha os dentes inicialmente amarelos, depois pretos e por fim fazia com que eles caíssem.

Tal como a Bruxa Má de "Branca-de-Neve", a Medusa de "Bernardo e Bianca", a Ursula de "A pequena sereia" e todas as vilãs e "maus" que fazem tremer pequeninos e graúdos, a "doença" impressionou a Mathilde.
Na sala dela fizeram um desenho e escreveram sobre a peça. Hoje estive a observar os trabalhos, dizem coisas como "Eu gostei da banana", "Eu gostei dos bróculos", ou fazem alusão aos meninos protagonistas nesta linha do "gostei disto ou daquilo".

O da Mathilde diz "Eu não gostei da doença!"
És mesmo filha da tua mãe, pensei :)

domingo, 21 de outubro de 2007

Vida social dos pequeninos



As festas de anos dos coleguinhas da escola são sempre um sucesso, antes, durante e depois.

Ora perceba-se melhor o "antes"!

- Papa! J'aime beaucoup les fêtes!
- Ah bon? Pourquoi?
- Parce qu'on peut manger des "bombecs" (entenda-se gomas) et des chupas!
- Oui c'est vrai.
- Et on peut pas manger ça tout les jours. E nas festas podemos! Eu gosto das festas!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Faltas-me Monsieur Chat

Faz amanhã uma semana que Monsieur Chat se perdeu.
Estava numa mochila pendurada na bicicleta onde o papá foi buscar a Mathilde, nas costas da cadeirinha dela, caíu, e foi-se.

Como prevíamos que um dia algo assim se poderia passar, há uns meses, o pai prevenido fez uma medalhinha com o nº de telefone e Monsieur Chat passou a andar todo janota de coleirinha com o seu nome.

A mochila tinha um casaco, ténis, meias, calções e t-shirt para a ginástica e o MAIS MARAVILHOSO DOU-DOU DE TODOS OS TEMPOS!
Quem a encontrou podia ter ao menos devolvido o gato, deixava numa loja, dizia que tinha encontrado caído no chão, entregava na polícia, pedia uma recompensa, sei lá... fiquei mais desiludida com a humanidade desde esse dia. Um dou-dou de uma criança, com contacto, não é preciso ter um QI acima da média para juntar 2 e 2 e, pelo menos, imaginar que a dita criança vai ficar muito triste.

Bom, lá fui eu para a net comprar todos os Monsieurs Chat que encontrei, custassem o que custassem! Nem que fosse preciso um crédito pessoal, um requerimento ao governo, uma ida ao vaticano para que o papa intercedesse mundialmente nesta busca, eu havia de trazer o bicho para casa.
Já não há igual, deve ser um modelo descontinuado, encomendei os mais aproximados possível a ver se acerto que isto de ver desenhos tem que se lhe diga, eu que vejo com as mãos para além dos olhos, do nariz e se for preciso da boca.

Chegou hoje o primeiro. É lindo, e novo! É maior, tem pêlo encaracolado e uma t-shirt mas o que interessa é que está cá!

Como a Mathilde, para se consolar julgo, dizia, com um ar tristinho que ele tinha ido de férias, tirámos-lhe a t-shirt e dissemos-lhe que ele tinha voltado, mais gordo e com permanente.
Estou mais contente, hoje a minha bebé já adormeceu com o seu gatinho e em breve ele há-de cheirar tão mal como o outro ;)

Se alguma alma caridosa encontrar o Monsieur Chat, telefone por favor!
Para quem não o conhece, ele é assim.
E faz-nos muita falta.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Para o menino Blog uma salva de palmas!!

Faz um aninho!

Começou assim.

Hoje é assim:



Parabéns M & M!

sábado, 6 de outubro de 2007

"Eu sou crescida... e eu sou pequenina..."
















3 anos e meio, o charme descontraído da nobreza interior que a anima, a nossa princesa delicada e acertiva.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Maioridade infantil

18 meses, um ano e meio, sempre a brilhar a nossa caracóis dourados.


Manon - Outubro/2006








Setembro/2007

terça-feira, 2 de outubro de 2007

4 U


O conceito de prenda para a Mathilde é o melhor que conheço.
Tudo é um presente.
Um boneco de peluche, uma garrafa de água com o Bugs Bunny na etiqueta, umas pantufas, uma pedra, uma flor, um bom-bom, um queque, um gancho, um livro, um disco, uma canção, um colar, um lençol, uma bicicleta, o que quer que seja que lhe seja oferecido.
É o presente no estado puro do termo. Algo que se oferece a alguém, que é apanhado, comprado, feito para o outro com a intenção de lhe agradar, independentemente da forma, cotação na bolsa, tamanho, odor ou cor.

Oferecemos-lhe, desde sempre, prendinhas pequeninas como um saquinho com 5 ou 6 gomas ou uma concha encontrada na praia ou um bonequinho daqueles que saiem naquelas bolas daquelas máquinas com aquelas maçanetas que rodam quando se põe lá dentro uma moeda. Para a Mathilde é sempre uma surpresa, um cadeau.

E ela faz o mesmo connosco. Praticamente todos os dias, quando a vamos buscar à creche, tem folhas de todos os tamanhos e feitios que apanha do chão, flores que arranca à sucapa, pedras que descobre sei lá onde para nos dar.

- É para ti mamã. Et ça c'est pour toi papa. E também tenho para a Manon. Ce sont des cadeaux.

As educadoras contam que ela faz isso com algumas delas também.

É tão bonita a Mathilde, um presente e uma surpresa, todos os dias.

domingo, 30 de setembro de 2007

Quem espera...

...sempre cansa.

Quem procura sempre alcança!

ENCONTREI!!!

AQUI!!!!

E AQUI!!

Mas Cody?
Náá!
Monsieur Chat!
Forever!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Construções



Smir - Junho/2005




Smir - Setembro/2007

domingo, 16 de setembro de 2007

Zoo - Babel

Quando Deus trocou as voltas da língua à humanidade levando, consequentemente, à interrupção da megalómana construção da Torre que chegaria ao céu, deve ter previsto que Babel atingiria não só o bicho homem mas também a restante bicharada do planeta azul.
Só isto explica que um galo cante uma onomatopeia em França e outra em Portugal. E quem diz o chefe da capoeira, diz as suas dedicadas esposas (são de origem árabe os galos, acabo de me aperceber), a vaca, o pardal, o porco, o cão, etc, etc.
Valha-nos o gato que ainda assim reune as vozes dos vários continentes embora com altura, intensidade e timbre variáveis.

Uma das primeiras palavras que a Mathilde disse, já lá vão mais de dois anos, foi cão e, claro, ão-ão.
A Manon optou pela versão francesa - Waf-Waf.
Waf-Waf?
Sim. Waf-Waf.

E "ladra" com um empenho tal que já nos converteu,à irmã e a mim, tudo fala à cão à francesa cá em casa, agora.
Por vezes entusiasma-se tanto que ganha uma pronúncia alemã, VAF-VAF! Parece que estar a pôr alguém na ordem.

VAF-VAF! Vá e depressinha! Toca a fazer o que eu mando!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Holyday! It'll be so nice!

Foram 10 dias de folia para as manas M & M.
Marrocos, here we go.




Fizeram castelos na areia, apanharam conchinhas, cairam nas ondas, saltaram na piscina,





a Mathilde andou de poney, a Manon fez-lhe festinhas, vestiram djellabas, calçaram babouches, andaram de camelo, a Mathilde no Aladin e a Manon na Yasmine,





fizeram desenhos, colagens, pinturas, plasticina, comeram chupa-chupas, maquilharam-se, receberam medalhas, andaram de baloiço, deslizaram nos escorregas, brincaram às casinhas, ouviram histórias, cantaram,




a Mathilde andou de caiaque, participou no espectáculo dos pequeninos e foi a grande estrela da noite a dançar a dança do ventre e vestida de bailarina a fazer acrobacias.



Esteve calor!
Esteve bom!
Esteve muito bom!

Queremos voltar!
Objectivo próximo: ganhar o euromilhões e estar sempre de férias!
E não me venham com conversas! Ai!, que é bom trabalhar e Ai!, que eu se não trabalhasse aborrecia-me e Ai!, que grande chatice não fazer nada e Ai!, e tal e mais um par de botas!
O que eu gostava era de não ter obrigações para ganhar tostões! Essa é que é essa! Até rima e tudo, logo é uma verdade popular!

Haverá lá maior prazer do que o de não fazer nada? Para se poder fazer só o que nos apetece?!