terça-feira, 23 de outubro de 2007

Os cães não fazem gatos (tradução livre de Les chiens ne font pas des chats)

Sou médica porque sempre detestei as doenças.
Lembro-me de,quando no hospital algum colega afirmava que determinado doente era muito interessante, pensar, e por vezes perguntar, irónica, se era a doença ou a pessoa o interessante porque, para mim, as doenças não tinham, nem têm, interesse nenhum. As pessoas, pelo contrário, sempre me interessaram.

Prezo a saúde acima de qualquer outra coisa. Não há bem mais precioso, não há nada que bata ser-se saudável por inteiro, física e psiquicamente. Por oposição, detesto a doença. Detesto a doença! DETESTO A DOENÇA!

Na sexta passada, a Mathilde foi ao teatro com a creche, ao Tivoli, ver "1,2,3, uma colher de cada vez"

Voltou a dizer que tem de se comer de tudo para crescer e para "não vir a doença" e que não se pode estar sempre a comer doces por causa da cárie.
Ficámos com a ideia que "a doença" e "a cárie" eram personagens vivas tal como os alimentos, que a primeira era uma bruxa e que a última punha os dentes inicialmente amarelos, depois pretos e por fim fazia com que eles caíssem.

Tal como a Bruxa Má de "Branca-de-Neve", a Medusa de "Bernardo e Bianca", a Ursula de "A pequena sereia" e todas as vilãs e "maus" que fazem tremer pequeninos e graúdos, a "doença" impressionou a Mathilde.
Na sala dela fizeram um desenho e escreveram sobre a peça. Hoje estive a observar os trabalhos, dizem coisas como "Eu gostei da banana", "Eu gostei dos bróculos", ou fazem alusão aos meninos protagonistas nesta linha do "gostei disto ou daquilo".

O da Mathilde diz "Eu não gostei da doença!"
És mesmo filha da tua mãe, pensei :)

1 comentário:

Olinda Dinis disse...

Heheh faz ela muito bem, eu tambem não gosto da doença :)
Já reparaste que eu vou ter uma menina, Rafaela ?
beijos