segunda-feira, 30 de abril de 2007

Barrigas


- A Manon esteve na barriga da mamã.
- E tu também Mathilde, foste a primeira a estar na barriga da mamã.
- AH...! Não sabia!
- Sabias, eu já te tinha dito. Sabes, nós todos estivemos na barriga de uma mamã. Eu estive na barriga da vovó...
- AAAHHH!!!
- ... e o papá esteve na barriga da mamy.
- AAAAAHHHH!!!!

Foi a surpresa da semana, quiçá do mês ou do ano, atrevo-me mesmo dos 3 anos, da Mathilde.

O conceito aparentemente banal agrada-me sobremaneira, todos nós saímos da barriga de alguém, todos diferentes e todos iguais.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Crescendo e aparecendo

(Mathilde - Abril 2004)







(Mathilde - Abril 2005)





(Mathilde - Abril 2006)





(Mathilde - Abril 2007)

Joyeux anniversaire papounet d'amour!




Para além de placas de gesso com pés e mãos das filhas (mantendo a tradição dos anos anteriores em que, este ano, a Manon já entrou) e de um desenho em que toda a família aparece com cabeça e membros (por enquanto o tronco não faz parte da anatomia dos bonecos da Mathilde) e em que apenas o papá teve direito a olhos (a Manon, a artista e eu somos bizarolhas), hoje, dia de festa, cantam as nossas almas (é impressionante como a letra do Parabéns a você é gigantesca em português...), as prendas das meninas para o papá foram personalizadas.
A Mathilde, como dama pequenina que é, ofereceu-lhe pequeninas e estilizadas colheres de café.
A Manon preferiu uma t-shirt com o Monstro das Bolachas, porque "tal pai, tal filha" ;)

Parabéns papá!!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Doudous II


Isto dos doudous tem que se lhe diga.
Tal como a irmã, que adorava o João Ratão e o Mister Rabbit e que se perdeu de amores pelo Monsieur Chat por volta do ano de idade, preterindo os seus amores primeiros, a Manon não liga grande coisa ao Monsieur Chien, lá pega, em caso de única alternativa, na Madame Mu-Mu, morde bastantes vezes a Menina Borboleta mas o seu grande amor é o Monsieur Coin-Coin (leia-se Quan-Quan, é um pato e os patos em francês dizem coin-coin e não quá-quá, outros países, outras culturas, outras línguas, pois.).

Ora sudece que conseguimos arranjar todos em duplicado, todos vírgula, todos menos o Monsieur Coin-Coin.
Há algo de déjà vécu nesta história, a Mathilde também tem os seus primeiros doudous em duplicado, o medo de perder um e que a casa venha a baixo em pranto assim o ditou mas o Monsieur Chat é impossível de encontrar.

O Monsieur Coin-Coin encontrámo-lo aqui mas o Monsieur Chat...

Continuo a dar alvíssaras a quem encontrar um, se alguém o conseguir, avise-me, please!
.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Acasos em nome de Deus

Os pais, na generalidade, tentam sempre, ou quase sempre, ou sempre que possível,dar o que lhes parece o melhor para os filhos, o melhor leite, a melhor papa, as melhores bolachas, a melhor escova de dentes, o melhor creme para o rabinho, a melhor escola, os melhores valores, o melhor que os pais sabem e podem.

Eu sou católica, nada praticante no que ao ritual semanal, vulgo missa, diz respeito, ou outro de menor frequência como a confissão, já o fui, dei todos os passos desde o Baptismo à Confirmação passando pela Comunhão e Profissão de Fé, já se passou muito tempo desde que o deixei de ser, zango-me muitas vezes com a Igreja dos homens, surpreendo-me com o que me parece hipócrita e pouco adequado a uma humanidade depois de cristo há 2007 anos, nada pára a modernidade, apenas crenças humanas em valores ditos divinos, como se Deus nos tivesse inventado com um corpo para nos castrar a vida toda e dar-nos cabo da alma com tanta culpabilidade, enfim, escolhas.

Acredito em Deus, acredito que Deus tem muitos nomes, Deus, Alá, Cristo, Cosmos, Energia, Unidade, Eternidade, Causalidade, etc, etc, e que há apenas pessoas que têm dificuldade com alguns dos nomes, é só isso, toda a gente acredita em Deus de alguma maneira, porque a espiritualidade e a transcendência está em tudo, nas coisas mais pequeninas e aparentemente simples, aparentemente insignificantes do quotidiano, e todos temos quotidiano e coisas visíveis e invisíveis, exteriores e interiores.

Acredito que há gestos simbólicos que são bonitos e que representam essa crença em algo de superior, de belo, de organizador, de positivo e que, seguramente, mal não fazem.
Acredito em Deus e como católica que sou, apesar de praticar de forma pessoal e intransmissível, acredito que o melhor para as minhas filhas, para além do melhor leite e da melhor escola, é baptizá-las, e baptizei, eu não que eu não posso, um padre absolutamente maravilhoso, o Padre Paulino.

A minha mãe guardou o meu vestido de Baptismo, impecavelmente conservado e trouxe-mo quando a Mathilde nasceu.
Eu fui baptizada com 1 ano. Sempre me disseram que eu era uma bebé bem redonda e anafadinha e que ao ano já era bastante crescidota. Eu olhava para o vestido e achava-o grande mas, à medida que a Mathilde ia crescendo e se aproximava a data do Baptismo, em Julho de 2004, tinha ela 3 meses e dias, parecia-me que talvez a fralda e um bodyzito interior o enchessem um bocadito e ficasse bem.
Uma semana antes, resolvi vesti-la para garantir que não era um tremendo disparate e, surpreendentemente, estava impecável. Ora a criança parecia-nos crescida mas em 33 anos as gerações não aumentaram ao ponto dos bebés de 3 meses de 2004 terem o tamanho dos bebés de 1 ano de 1971!
Lavei-o e, quando fui a passá-lo a ferro, descobri que ele estava cosido por dentro como se alguém o tivesse apertado, intrigou-me e contei à minha mãe:
- Ó (não é gralha, é mesmo mã)!, o vestido está óptimo, o que é esquisito, ela só tem 3 meses e eu tinha 1 ano... parece que alguém o encolheu, está costurado por dentro.
- ... uhm... está?... Ah! Já sei! Acho que foi a tua avó. Tu pediste-lhe que ela te arranjasse o vestido para as bonecas e ela arranjou.

Olha se eu tivesse resolvido esperar até ao ano para a baptizar, lá se ia a hipótese de lhe servir, bendito acaso, isto foi... Deus :) (Mathilde - Julho/2004)

Quando a Manon chegou, decidiu-se logo que seria em Julho, com o mesmo vestido e, sem que nos dessemos conta, o Baptismo foi um dia depois do da Mathilde, mais um acaso Divino. (Manon - Julho/2006)

Há um jornal semanal distribuído nos cafés, o Coffee News, que tem uma secção intitulada Ditos Bem Ditos. Há duas semanas, um dos ditos Ditos dizia "A causalidade é talvez o pseudónimo de Deus quando não quer assinar" - Anatole France

Vou tentar guardar este vestido tal como a minha mãe mo guardou, nunca se sabe o que a causalidade nos trará.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Perímetros cefálicos e cores bilingues


Ontem fomos com a Mathilde e a Manon à consulta de rotina da Pediatra.
Isto dos aniversários serem ao pé um do outro dá jeito porque se matam dois coelhos com uma cajadada só (pensando bem esta expressão é cá de uma violência!...mas não me ocorre nenhuma outra que a substitua...), e lá foram as duas de uma vez só.
Estão grandes e sadias e com grandes cabeçorras, é porque têm muita coisa boa lá dentro, a moleirinha é fértil!

A Pediatra perguntou as cores à Mathilde e ela lá foi respondendo em português e em francês. Quando a médica lhe mostra uma almofadinha azul, diz ela muito desembaraçada:
- Azul. Allez les bleus!
Foi o momento cómico da consulta.

Cheeeeeese!



Qual "Olha o passarinho!" qual carapuça! Olham uma para a outra e o fotógrafo que se amanhe!
Adoro quando elas fazem isto, estão lá na delas, entre elas e é só delas!

Esta miúda dá cabo de mim :D


Está tão malandreca, tão safadinha, tão cómica!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

3 anos

A Mathilde nasceu há 3 anos. Terça-feira, noite de lua cheia, 21h30. (Mathilde - 12 horas)


Nessa noite a minha vida encheu-se de uma luz incomparável.
Um filho está, para mim, num lugar à parte, insubstituível. Há prazeres que nos preenchem como nada mais e, no entanto, as minhas filhas estão para além de todos eles.

A minha bebé Mathilde tornou-me, sem dúvida, melhor. Aprendo de mim muito mais todos os dias apenas porque ela existe. Dou-me conta hoje, neste dia que me maravilha pela recordação do seu nascimento, do privilégio que é poder, de um dia para o outro, mudar de vida, sem qualquer esforço, apenas com prazer.

A Mathilde trouxe-me um mundo encantado. A Manon faz transbordar esse encantamento. Acho que nunca vou deixar de me perguntar, quando as olho, "como é que eu fiz isto?"
E há sempre uma lagrimita comovida que teima em saltar.
Pareço talvez lamechas, o amor será sempre um pouco lamechas, mas nada me parece mais adequado que toda a lamechice que me envolve quando olho para as minhas duas meninas.
As nossas mais belas obras, a Mathilde e a Manon.

Hoje as duas princesinhas tiveram um bolo especial (sim, princesas, que outra coisa poderia ser? ;))







e pinturas artísticas.




Se bem que a Tia Rita (a directora da creche absolutamente recomendáveis, a directora e a creche) deu um estojo de maquilhagem à Mathilde e ela preferiu maquilhar-se ela própria, a cara, a camisola, o vestido, os collants, a t-shirt, a minha cara, a minha camisola, as mãos, e toda a cobaia voluntária que lhe passou à frente (o estojo de maquilhagem não é recomendável, sobretudo a pais intolerantes ao borrão berrante e roupa suja).

As prendas mais amadas foram um trampolim, vindo do pai, claro :), uma bicicleta, oferecida pela mamy, a série da Heidi e as figurinhas dos filmes da Disney da vóvó, o "Bernardo e Bianca", um jogo da macaca com as princesas todas e livrinhos com as histórias dos filmes dados pela mamã e os anões da Branca-de-Neve, prendinha da mana. Isto assim resumido porque parecia Natal cá em casa outra vez. Entre a Manon há dois dias e a Mathilde durante o dia de hoje, desembrulhou-se muita prendinha.
Mas o estojo de maquilhagem... Imbatível!! Palpita-me que a máquina da roupa vai rodar muito nos próximos tempos e que o consumo de dodots aumentará sem dó nem piedade.


Hoje o dia foi todo teu. Parabéns Princesa Mathilde! :***

quarta-feira, 4 de abril de 2007

1 ano


O dia começou com a Mathilde a entrar no quarto da Manon e: Joyeux anniversaire! Parabéns Manon! A mais pequenina acordou muito bem disposta e passou as primeiras horas da manhã provavelmente sem perceber o motivo de tanta festa mas compreendendo bem que a festa era para ela.



Sorrisos marotos de orelha a orelha, coroa na creche, bolinho com uma vela e flores às cores e meninos a cantar:






Parabéns a você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida


Hoje é dia de festa
Cantam as nossas almas
Para a menina Manon
Uma salva de palmas!!!

EEHHHH!!!!

Faltam as prendinhas. Vamos buscá-la daqui a bocadinho para desembrulhar com ela cá em casa.

1 ano, já... passa a correr. Tão linda a minha Manonzinha!


(Manon, 4 dias)

terça-feira, 3 de abril de 2007

Primeiros passos


Há um ano ainda estava na minha barriga.
Eu dizia-lhe suavemente: "Amanhã vais sair minha Manon, vais conhecer o mundo cá fora. Vais ver que é lindo, é já amanhã..."
Hoje, na véspera do seu primeiro aniversário, a Manon andou.
Já tinha ameaçado várias vezes com dois passinhos em roda livre entre um apoio e outro. Hoje andou, na creche. Soltou-se e deu vários passos acabando por tropeçar numa amiguinha e fazer um belo de um galo. Andou!

A Manon já anda :) que maravilha!

Eu vi!!



Confirma-se!
A Mathilde já consegue nadar um bocadinho de costas sozinha!
Nós vimos!
Eu vi!!

(porque é que as toucas lhes caiem para os olhos e lhes dão um ar de cachorro molhado? :))

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Noite e dia Cinderela


Há bastantes meses que a Mathilde entrou na fase "Princesas". A Cinderela, a Branca-de-Neve, a Bela, a Aurora, a Ariel, a Mulan, a Jasmine são referências a propósito de tudo e todos.
Mais ou menos há um mês, por entre semáforos e viaturas, encontrei-me dois carros atrás de um autocarro com uma publicidade a mais um Disney on Ice, não um Disney qualquer, não!, O Disney on Ice mais encantador de todo sempre - Princesas on Ice.
Andei feita maluca em perseguição do dito BUS a tentar perceber quando era o desejado evento e tratei de arranjar bilhetinhos o mais depressa que pude.
Fomos no sábado de manhã com a Mathilde. Não lhe dissemos ao que ia, apenas que era uma surpresa.
Foi tão bonito!
Ela estava tão maravilhada que segurava na minha mão, encostava a cabeça a mim ou ao pai e dizia de vez em quando: Je suis contente!
Estava embevecida e pareceu-me surpresa com aquele tipo de emoção. Houve momentos em que os seus olhos brilharam não só de fascínio mas também com lágrimas discretas e comovidas. As minhas foram menos discretas e igualmente comovidas, não com as Princesas e Príncipes que deslizavam elegantes e leves pelo ringue transformado em palácios e bosques mas com a comoção da minha Princesa Maior.

O espectáculo é lindo, de sonho, apresentado pela Minnie e o Mickey.
As princesas vão contando as suas histórias num bailado colorido acompanhadas pelas fadas, bruxas, magos, anões, dragões e príncipes, claro, que as levam a um final feliz. A segunda parte é inteiramente dedicada à Cinderela, a preferida da Mathilde, parecia encomendada para ela. Fiquei encantada com a sua capacidade de ficar sentada 2 horas tão bem comportadinha. Comeu pipocas pela primeira vez e saíu do Pavilhão Atlântico a pedir para voltar.

Está prometido, meu amor, quando estas senhoras e senhores que patinam os teus filmes favoritos voltarem, iremos vê-los novamente.
Parece que o próximo é "The Incredibles".
- Eu quero! - diz ela.
- Eu também, Mathilde.
:)