domingo, 6 de maio de 2012

Lógica informal

A comer gelados do Santini...

- Mathilde, não percebo porque é que pedes sempre um cone se não gostas de comer o cone. Porque é que não pedes um copo?

- Porque eu também não gosto de comer o copo.

(Óbvio! :D )

A verdade sai da boca das crianças, às vezes de forma NADA inviesada

Fomos almoçar a Sintra no dia 25 de Abril.
Depois de uma valente molha à procura de restaurante pois saíramos sem guarda-chuvas, e já sentados em frente às ementas, eis que se aproximou da mesa um senhor muito simpático (eram todos aliás e comemos maravilhosamente num cenário igualmente agradável) que nos perguntou o que gostaríamos  de pedir.

Nem tivemos tempo de responder já que a Manon com o ar mais descontraído e escolar que se possa imaginar tomou a palavra e, apontando para o menu, afirmou:

- Há aqui um erro! "Polvo á casa". O acento está mal. Está com acento agudo e o acento, quando o "a" está sozinho, é sempre grave.


(Minha criança absolutamente divina! Apeteceu-me levantar-me e exaltar todo o teu conhecimento da língua portuguesa com apenas 6 anos acabados de fazer! Tomara tanta gente!
Sabe Deus o que eu embirro com este erro. Bolas! Não temos assim tantas palavras com acento grave para que se veja o engano com tanta frequência!
Testemunhar esta tua segurança, para ti tão inocentemente pertinente, encheu-me de orgulho divertido ;))

O senhor sorriu, respondeu dando-lhe razão e assegurou que já estava prevista a correcção.



Mas a coisa não ficou por ali.
- E aqui ainda é pior. "DoÇe de maracujá". Doce não tem cedilha. Só há cedilha com "a", "o" e "u". Porque o "c" vale de "c" com o "e" e o "i" e nunca tem cedilha antes dessas vogais.

E o senhor sorriu mais uma vez, dizendo que ela era muito boa a português.

Mas faltava a pedra de toque.
- E ainda para mais está escrito duas vezes. "DoÇe de maracujá" e aqui mais em baixo "DoÇe da casa". Bom, é o mesmo erro por isso é natural que esteja repetido, mas assim, duas vezes, ainda se vê mais. Acho que o "c" com cedilha é um erro pior que o acento agudo em vez de grave. Eu quero comer lasanha, se faz favor. É muito grande? Dá para mim e para a minha irmã?

Bom, foi engraçado, ao mesmo tempo um pouquinho embaraçoso. Mas não muito.
A naturalidade despretensiosa das crianças ajuda ao desembaraço.

Dava-nos muito jeito ter uma criança ao pé em algumas situações para falar por nós.
O mundo seria mais claro e talvez menos zangado porque a franqueza seria franqueza e não agressão. Sem confusões entre a expressão verdadeira E amável (sublinho o adjectivo) do pensamento e a muito apregoada frontalidade que quase sempre não passa de um pseudo-pregão a camuflar a agressividade à qual me apetece chamar desfrontalizada, por oposição ao dito. Não a adjectivo assim pois a verdade factual é que a censura está lá (o córtex frontal está lá, supomos que intacto, raciocinando, censurando, moderando, embora nos perguntemos para que raio servirá ele em algumas pessoas, ou se estará de férias prolongadas em parte incerta) e, porque existe, se encarrega de pregar a partida da camuflagem para defender  o próprio de se ver e de se perceber agressivo e de se preferir e eleger "frontal".
Tenho sempre dúvidas quando me falam de alguém "frontal".

Quando penso nisto e vou esmiuçando o raciocínio, dou comigo a ponderar a suposta evolução bio-socio-dinâmico-estrutural inerente ao crescimento... Para que nos serve a maturidade afinal, se perdemos esta verdade inocente e amável?

Grande Manon! :)

sábado, 5 de maio de 2012

Ma première blague en français




Mathilde :

"Pourquoi la girafe a un long cou?
Parce qu'elle pue des pieds!"

Associações livres VIII

- Manon, quand tu dors tu es un poids mort!
- Comme les voitures, papa?
- Comment?
- Comme les voitures, au point mort.
:D

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Balões, tesouros e gazeta

O papá fez anos.

Enchemos a casa de balões e criámos uma caça ao tesouro com 10 pistas espalhadas pela casa num percurso a descobrir nas mensagens (em francês e em verso, mais difícil para mim de escrever mas conseguimos! :)).
Cada pista tinha um malteser num papelinho de prata (Não arranjámos moedas de ouro e improvisámos).

O tesouro estava dentro de uma caixa cheia de corações -  para além das prendas (de tecnologia moderna ;)) incluía um frasco de Nutella, uma saco de gomas ursinho, um peluche hipopótamo, o saquinho dos maltesers e um desenho.

O aniversariante seguiu as pistas com rapidez percebendo os subentendidos com facilidade.

A Mathilde e a Manon adoraram.
Almoçaram connosco e à tarde não houve escola para ninguém.

Soube-nos mesmo bem esta gazeta excepcional por um motivo tão aliciante.

Joyeux anniversaire notre papounet d'amour!!