terça-feira, 24 de junho de 2008

Quentinha com lágrimas felizes


Dos filmes da minha infância houve um que me comoveu, muito, tanto que o revi, já grande, em reposição num cinema pequenino de seu nome "Tropical", numa sessão às 11 da manhã em que os meus companheiros na sala eram todos de idade inferior a 10 anos acompanhados pelos pais.
O "Tropical" era um daqueles cinemas com intervalo e cheiro a sabonete Lux misturado com chulé mas nada que me impedisse rever o "Bernardo e Bianca". É um dos filmes da minha vida ao nível do "Sliding Doors".

Pelo meio da filmoteca das minhas meninas lá estão estes ratinhos salvadores de uma menina orfã, a Peny, que com o seu ursinho Teddy vivia raptada pela terrível Medusa.
A Medusa é feia e malfeitona com o seu olhar esgazeado, pestanas postiças e o desejo avarento de encontrar o olho do diabo, um diamante gigante. Por isso precisa da pequenina, só um corpo pequeno consegue entrar na gruta onde a pedra ambicionada estará eventualmente guardada.
Peny envia uma mensagem com um pedido de socorro numa garrafa que é encontrada pelos ratinhos e Bernardo e Bianca vão à sua procura.

A edição que arranjei há já algum tempo ainda é em português do Brasil o que, para mim, ainda a torna mais deliciosamente nostálgica quando a opção não é a versão original.
Ainda tenho uma ursa de peluche à qual, apesar de pertencer ao género feminino, chamei Teddy, a minha ursinha Teddy (se bem que cheguei há pouco tempo à conclusão que não é uma ursa mas sim uma macaca, uma Kiki segundo me informou o papá quando a viu mais ao seu namorado, outro suposto urso que afinal é macaco, mas pouco importa, será sempre a minha ursinha Teddy, companheira de longa viagem).


Ontem estava a rever o filme com a Mathilde e a Manon. Uma das cenas mostra a Peny a chorar no orfanato, contando ao gato residente que, mais uma vez, vieram potenciais pais à instituição e, mais uma vez, não a levaram preferindo outra menina.
A Mathilde perguntou-me:
- Porque é que ela está a chorar?
- Porque vive num orfanato, não tem papá nem mamã e vão lá papás e mamãs buscar os meninos e nunca a levam. É por isso que ela está triste.
- Eu posso levá-la. Cá para casa. Tenho duas camas. E aqui há papá e mamã e é quentinho. Tu és quentinha mamã.

:):')


Hoje, ao acabar esta película encantadora, muito séria e de olhar fixo no écran, quando anunciam na televisão que Peny tinha ganho um papá e uma mamã, a Mathilde estendeu-me a mão, agarrou a minha, puxou-a de encontro ao peito e ficou ali. E eu senti aquele coraçãozinho a bater acelerado e a acalmar devagarinho. E depois, passado um bocadinho encostou a cabeça a mim e suspirou "Minha mamã".

É comovente a minha filha, minha filha adorada, minha menina tão bonita.

domingo, 22 de junho de 2008

VERÃO

Adoro sardas!
Em pequenina tinha sardas todos os dias do ano.
Agora apenas o sol da primavera desperta os melanócitos que se mantêm em festa até ao Outono. Fico sempre contente quando as vejo regressar, pontinhos cor de avelã a colorir a minha cara.

Ontem, de manhã, o papá estava a limpar as toneladas de areia que as meninas M & M transportam sobre a pele, estilo croquete, ao sair da praia, quando uns grãos de areia teimavam em não deslizar pela cara da Mathilde, estavam fixos, imóveis e indeléveis. São sardas!!! "Como a mamã!", disse o papá entusiasmado.

Estou contentinha! Há aqui um melanócito narcísico que pula dentro de mim quando olho para aqueles pontinhos tão discretos, tão pequeninos a brilhar na sua carinha de princesa.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Associações LI-vres

A Mathilde entrou numa nova etapa de raciocínio e humor.
Veja-se um exemplo fresquinho!

De vez em quando lembra-se dos livros da "Matilde"

Há dois dias foi buscar o "Matilde tem muitos amigos".
Desde pequenina que recorda sempre os nomes de todos os amigos que aparecem nas ilustrações de cada página:
Joana, a sua melhor amiga que é cor de chocolate, Ana Rita que é ruiva (como o seu príncipe :)), Sílvia muito alta, Raeesa, indiana, João Pedro com a sua barriga redonda, Li de Macau, Francisco que usa óculos, Marta que não consegue andar e Carlos, o irmão da Joana.
Na lista, a protagonista inclui também a mamã, o papá, o irmãozinho Vasco, o cão Tobias e o urso Barnabé.

Estava a Mathilde sentada a "ler" o dito livro enquanto me dizia estes nomes todos e eis se não quando, ao chegar à vez do amigo de Macau afirma naturalmente:

"O Li. Anda sempre com livros porque ele "li"!"

terça-feira, 3 de junho de 2008

Referências


Em tempo de bola, lembrei-me da Mathilde, há mais ou menos um ano, especada em frente a uma daquelas coberturas publicitárias de imóvel em obras. Naquele lençol gigantesco, anunciando que o BPN tem um lugar para todos nós, via-se um homem sentado numa cadeirinha num relvado.

- Mamã, quem é aquele senhor?
- É o Figo.
- E porque é que ele está ali?
- É um anúncio.
- Mas o que é que ele faz?
- Joga à bola.
- ... ... como o papá?
- Como o papá? Ah! Sim, claro! Como o papá. Só que o Figo ganha dinheiro com isso.


Uma pequena diferença do ponto de vista económico já que o papá paga o campo.
Outro detalhe é o facto de Figo jogar discretamente melhor do que o papá mas achei demasiada informação e que o essencial estava dito, o Figo joga à bola como o papá. Por mim está bem assim.

domingo, 1 de junho de 2008

My favorite day in the whole world


De todos os dias comemoráveis, o meu preferido é desde sempre o primeiro de Junho, o dia da criança.
Aqui há uns tempos disseram-me que eu tenho qualquer coisa de recreio, recreio de escola.
Se calhar é por isso :)