domingo, 8 de maio de 2011

Convicções II - Gregos, diamantes e sereias - um mundo à nossa espera


Ao deitar...
- Quando é que vamos de férias novamente?
- No Verão. Já falta pouco.
- E vamos para a Grécia?
- Acho que não, Mathilde, o sítio para onde queríamos ir é muito caro.
- E se eu te der o meu dinheiro todo?
- Mesmo assim não chega.
- E se a Manon também der?
- Também não chega.
- E se eu pedir aos meus amigos?
- Depende do dinheiro que os teus amigos te derem mas se derem assim tanto eu também quero amigos assim;)
- ... é muito dinheiro, não é?... e porque é que se diz que o diamante é o melhor amigo da mulher?
- Porque as mulheres costumam gostar de jóias e o diamante é uma jóia preciosa muito muito cara. A Marilyn Monroe, sabes?, aquela loira gira?, tinha uma canção que dizia isso, que os diamantes são os melhores amigos da mulher, "Diamonds are a girl's best friend".
- Aquela que morreu novinha?
- Sim.
- E porquê?
- Não se sabe... parece que ela era muito amiga do presidente, do Kennedy. Quando o Kennedy morreu, a Jaqueline que era a mulher dele casou com um grego muito muito rico, o Onassis.
- Onassis? Giro o nome... porque é que ele era muito rico?
- Porque tinha ganho muito dinheiro.
- Isso deve ser tããão bom! Já viste?! Podíamos viajar para onde quiséssemos!
- Pois podíamos. :D
- Isso ainda deve ser melhor do que respirar debaixo de água ou voar!... Se bem que respirar debaixo de água também deve ser bom. Podíamos explorar todo o mundo submarino!
- Pois podíamos. :D
- Mas bom mesmo era sermos sereias. Respirávamos dentro e fora... um dia quero ser rica para poder viajar para onde eu quiser!

(Será que estas coisas vêm nos genes?
Sempre olhei para o dinheiro como uma coisa igual às outras, da qual precisamos para viver porque a troca directa já não existe no mundo dito civilizado há uns aninhos. Por mim, se pudesse trocar uma galinha do campo por 3 kg de pêssegos, ou uma saia por 10 litros de azeite, a vida comercial seria mais divertida e criativa.
Mas já que tem de existir o dinheiro há que lhe dar o devido valor, igual a qualquer outra coisa, nem mais nem menos, dependente das circunstâncias, como tudo no mundo.
Não gosto dos preconceitos (tenho outros, os meus:)) em relação ao apregoado "vil metal". Porquê vil? É um metal apenas.
E que "o dinheiro não cresce nas árvores". Mas se é papel!
E a dificuldade em se negociar um contrato, o leva e traz de "dou tanto - vou pensar - quero mais -agora penso eu" e nunca mais se conclui o negócio, um atraso de vida, uma perda de energia, de tempo, e ao fim ao cabo de dinheiro.

"O dinheiro não traz a felicidade". Contraponho. O dinheiro traz a felicidade de não pensarmos nele quando não nos faz falta. Sobra-nos tempo e disponibilidade para viver se não vivermos a pensar que temos de o ter para sobreviver.

Gostava de ter mais dinheiro para uma coisa apenas.
Gosto do conforto mas não sou insatisfeita, aquela coisa de querer sempre mais não se me aplica de uma forma geral. Acho que o meu lado ambicioso ou é muito muito pequenininho ou então dei-lhe uma paulada seca atrás da orelha quando nasci e pú-lo inconsciente.
Posso afirmar tudo isto convicta de que sou bafejada pela sorte de não viver com dificuldades grandes apesar de já ter tido algumas bem difíceis.

Não ligo peva aos diamantes, nem aos carros, nem às roupas, nem às marcas.
Ligo, muito, à maravilha que para mim é viajar. E só para isso gostava de ter mais dinheiro. Pegava em mim, no Xav, na Mathilde e na Manon e vivia às voltas ao mundo.
Como a Mathilde, eu também queria ser rica para poder viajar para onde quisesse, porque se pudesse viajar para onde eu quisesse, seria rica.

Fiquei encantada com esta conversa que, como as cerejas, se foi encadeando em associações livres e voltou ao tema inicial. Gosto da ideia de que a nossa menina maior olhe para o dinheiro como um meio não para comprar diamantes mas para conhecer o mundo.

No aeroporto em Lyon, a regressar da montanha, li num placar ""The World is a book, and those who do not travel read only one page" Saint Agustine. Eu adoro ler. E parece-me que a Mathilde vai pelo mesmo caminho.)

sábado, 7 de maio de 2011

Convicções


A Mathilde a ver um filme em que numa das cenas, uma personagem afirma peremptória "O diamante é o melhor amigo da mulher!"...

-Olha!! Não é nada! O melhor amigo da mulher é o cão!

Quem canta por gosto, não cansa.



Nas vésperas do dia da mãe, tivemos mais uma performance do coro com a Mathilde em grande forma cantando em português, em castelhano e em inglês.

No Natal, uma das canções fazia as delícias da Manon, "O Tannenbaum".
Esta versão alemã do "O Christmas Tree", em portugal "Ó Luz de Deus" (quem é que traduziu isto?) punha a nossa malandreca perdida de riso na passagem"Du grünst nicht nur" o que quer que tal queira dizer.
De tal forma que a Mathilde disse às amigas todas que com ela estão no coro para olharem para a irmã nesse momento só para a verem escangalhar-se a rir.

Desta vez não havia nenhuma canção com o mesmo efeito mas a versão espanhola de "Il était un petit navire" - "Habia un barco chiquitito" e "My Bonnie is over the ocean" provocou largos sorrisos não só à Manon como a nós também.

O papá filmou, claro, e eu ouvi o concerto em estereofonia com a mais pequena sentada ao meu lado a cantarolar todas as canções.

Bem cantaram e encantaram. Um gosto.

Mééé mééé mééé mééé...

A começar o mês de Abril foi a vez da sala da Manon apresentar a história escolhida no âmbito do tema escolar deste ano lectivo (Os contos e histórias tradicionais) - O Lobo e os Sete Cabritinhos.




À nossa loirinha coube o papel da mãe cabrinha e muito bem o desempenhou.

(As ovelhas fazem mééé.
As cabras fazem béé ou mééé?

Ficou-me a dúvida...)