quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pijamas, praias e poses

No domingo passado a Mathilde teve a sua primeira pijama party.
Uma amiga da escola, a Carolina, convidou-a para ir dormir a casa dela e dizem-nos que se divertiram muito.
Foi engraçado fazer o saco com o pijama, a escova de dentes e a roupa para o dia seguinte.
Toda desembaraçada, parece ela que tem o dobro da idade, quer repetir a experiência e trazer as amigas todas cá para casa.

Enquanto isso, a Manon passou dois dias de filha única a aproveitar os mimos exclusivos e o sol iodado.




















Correu por todo o lado, fez construções com areia, pauzinhos, pedras e conchas e até tivemos direito a pose para as fotografias.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Máscaras

Quando eu era pequenina, e via as crianças mascaradas na rua, sonhava sair vestida de índia ou de palhaço. Não me lembro de me querer disfarçar de fada ou de princesa. Queria sim um fato de camurça com mocassins, uma pena com uma fita na cabeça e pinturas riscadas na face ou então uma peruca careca na zona fronto-parietal, um nariz vermelho e sapatos de meio metro sobre meias às riscas que se veriam por baixo de calças assimétricas 5 números acima do meu seguras por suspensórios e uma flor que bisnagaria água na lapela.

A única vez que me mascarei (que a minha mãe me mascarou) em miúda foi de gueisha, imagine-se!, eu que não suporto sapatos apertados nem tenho jeito nenhum para penteados apanhados complicados. Também não tenho jeito para penteados soltos simples, parece-me de alguma forma óbvio que não seria uma cabeleireira de sucesso, uma máscara que nunca me atreveria a experimentar sem pejos.

Depois fui crescendo e fiz um fato de Emília, a boneca viva do Sítio do Picapau Amarelo. Fiz o fato e a cabeleira com lã e arames para que as tranças ficassem reviradas (a lã é mais domável que os cabelos e a falta de queda para os pentes e as escovas era sobejamente substituída por um engenho aguçado pela necessidade).

Já maiorzinha fiz um fato de Pierrot cosido por uma amiga que percebia de máquinas de costura. Eu cortei e fiz os pompons, com lã claro, a lã era um elemento que eu dominava, muito tricot explicado pela minha mãe, muitos trabalhos manuais no colégio, muitas fadas do lar, muitos arraiolos, e muitas carteiras feitas com agulha e lã passada entre os espaços de uma rede de plástico quadriculada, técnica da qual me escapa totalmente o nome mas que ainda no outro dia apreciei dentro de um baú de recordações dos meus anos de menina.

E quanto a carnavais é tudo o que me lembro.
Não é uma festa que me atraia nem que me repulse. Acho bonito o de Veneza, louco o do Brasil e causador de infecções respiratórias mais ou menos graves o de Portugal.
Agrada-me que numa época como a Idade Média, o Cristianismo desenfreado da altura tenha inventado o "adeus à carne" para que se pudesse entrar aliviadinho na quaresma, sempre são 40 dias e 40 noites antes da Páscoa em jejum ou abstinência.

Percebo que se possa vibrar com uma festa em que "ninguém leva a mal", só me chateia que no resto do ano não se seja mais tolerante porque, dando apenas um exemplo pequeno, se há tanto homem que adora vestir-se de mulher no nosso país, ainda hoje vi imensos, espanta-me que muitos deles sejam homofóbicos e não mandem beijinhos aos amigos, apenas abraços que é coisa de Homem. Quer dizer, não me espanta mas tenho alguma pena. No que à alegria e tolerância diz respeito, o carnaval podia não ser 3 dias, que aliás são 5 e venha o lugar comum, mascarados andamos todos o ano inteiro.

Claro que com as manas M & M o entrudo é uma alegria pegada.

A Mathilde pedia um vestido da Bela há anos. A associação à namorada do Monstro deve-se à cor do cabelo e gosto muito da ideia uma vez que Bela não é uma donzela desesperada à espera de um príncipe que a salve de uma madrasta ou de uma bruxa ou de uma madrasta/bruxa más.
A Bela é inteligente, adora ler, é destemida e apaixona-se pelo que é invisível aos olhos e se vê com o coração, ao ponto de tocar uma fera no seu melhor e fazê-lo voltar a brilhar.
Gosto da Bela. Gosto da Bela desde que a vi na Broadway em Dezembro/1994.
E mais, apesar da Comédie Musicale - Notre Dame de Paris, de grande sucesso em França, não ter nada a ver com esta menina do vestido amarelo mas sim com com a cigana Esmeralda, a canção mais conhecida daquele espectáculo começa assim: "Belle, c'est un nom qu'on dirait inventé pour Elle..." e é verdade, aplica-se à Mathilde.


A nossa loirinha, que me respondeu no outro dia a propósito de comer peixe que não se rala nada se não for inteligente ;)(ela gosta de peixe mas naquele dia não estava para aí virada e o argumento "le poisson rend inteligent" não pegou), atravessou no final do ano passado a fase Cinderela, um déjà vécu com a Mathilde.
Pois Cinderela foi a sua escolha e que bela Cinderela nos saíu!
Não desprezar nunca uma menina capaz de dançar em cima de sapatinhos de cristal, que fala com os animais e que troca as voltas a uma madrasta e duas manas feias. Não é muito muito importante que não passe horas na biblioteca para o desenrolar do filme, são histórias de vida diferentes para que fique defendida a personagem eleita pela Manon.


Lembrei-me este ano que quando era miúda muitas meninas se vestiam de espanholitas com vestidos às pintas, colares, castanholas, flores no cabelo e um sinal no queixo. Lembrei-me porque vi às carradas, mais do que há 4 anos vi Noddys, é um sinal dos tempos com certeza, a moda é um carrocel:)
A Mathilde ficou fascinada e ainda mais quando foi a casa de uma amiga passar a tarde de sábado e esta lhe emprestou o seu vestido de sevilhana.


Para acabar a festa ainda recuperámos um dia cá em casa os modelitos de fadas do ano passado.

Foram 5 dias animados, nada como as crianças para que a vida seja um carnaval.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tour Eiffel



(Mathilde - Fevereiro/2009)

Não substimar os produtos "brancos"!


A beber leite...

- Mamã, se nós dermos leite branco a uma pessoa que é preta por dentro, ela fica branca, não é?
- Uma pessoa que é preta por dentro? Como assim Mathilde?
- Sim, o leite é branco e a pessoa fica branca.
- E o que é que é ser preta por dentro?
- É ser má.
- Ah... pois, talvez, Mathilde...
- O leite é bom.
- Sim. O leite é bom e é possível que faça bem a uma pessoa preta por dentro sim, claro, porque não?
- Claro, porque não?

Different Schools


Manon - A Nicole levou um filme.
Mathilde - Quem é a Nicole?
Manon - É a minha professora de Inglês.
Mathilde - Ela chama-se Nicole?
Manon - Chama-se.
Mathilde - A minha chama-se Teacher.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Amor é...


Ontem de manhã, combinei com a Mathilde que ligaríamos ao António para que ela lhe desse um beijinho de S. Valentim.

Ao fim da tarde, preparava-me para o dito telefonema quando ligou a Ju, a mãe do seu príncipe pedindo para vir buscar a Mathilde porque ele tinha uma surpresa para lhe mostrar em casa e queria porque queria que ela lá fosse ONTEM. Ela lá foi.

A surpresa não era o burro Joaquim ;), mas sim um coelho branco, o Buddy, que "significa companheiro como ela tão bem explicou quando voltou. (Um coelho é um companheiro que cabe mais facilmente num apartamento do que um burro.)

A Mathilde adorou a surpresa, o António vir buscá-la, o Buddy, tudo. Nós também. Teve um ar de date improvisado.
Eu senti uma grande alegria ao vê-la ir tão contente com o seu "namorado".

Amor é...
... um coelho branco surpresa!

Relações "fraternas"


- Estás a ver Manon?, a Maxime (uma labrador preta linda) é meiguinha. Estás a ver?, a Mónica (a minha afilhada de 4 anos recém feitos) não tem medo. Também é verdade que a Maxime é dela.
- Pois, eu não tenho um cão. Eu só tenho uma mana. - e desenha na cara, na qual só apetece dar beijos, um sorriso satisfeito.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dá cabo de mim IV - A verdade sai da boca das crianças

Hoje de manhã, a Mathilde ouvindo a mesma canção:

- Porque é que ela está sempre a dizer o mesmo?
- Para que se perceba bem que ela tem dificuldade em falar de amor, é o tema da canção.
- ... então mas ela está a falar...

Dá cabo de mim III - A saga continua

Ontem no carro...
- Mamã, eu quero a canção do amor.
- Está bem Manon.

Após uns tantos "... não sei falar de amor...":

- Ela não consegue... Porquê mamã?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Petit rat de l'Opéra


Na semana passada fomos assistir à aula de ballet da Mathilde.

Pequenos exercícios cheios de fantasia - as fadinhas, os lenços, o galope, o saltinho do joelho, as mãos bonitas da menina que apanha estrelas enquanto sonha, a poção mágica da bruxa, o afiar dos pés, a boneca marionette, as rodas, desenhar "i's" com os pés, abrir a janela no plié, os saltos, o agradecimento, a despedida.



Tudo muito esmerado. Uma maravilha. Adorámos.

A professora disse-nos depois que a nossa Mathilde é "Super- bailarina", uma graça.

Inchados já estavamos, mais inchados ficámos:)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dá cabo de mim II

As nossas crianças preocupam-se, definitivamente, com a "Deolinda".

Hoje de manhã...
- Mamã, eu quero o "Amor".
- (Pois pudera! , eu também. Quem não quer?) Chama-se "Não sei falar de amor". Gostas Manon?
- Sim...

Após o 5º "... não sei falar de amor" veio o sussurro intrigado e um pouco pesaroso:

- Ela não consegue falar de amor...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dá cabo de mim ;)


A Mathilde, que é uma cantora, canta e cantarola tudo o que pelos ouvidos lhe passa, não ficou indiferente aos Deolinda. Como ficar aliás?

Gosta de todas as canções, pede "Não sei falar de amor" e a primeira vez que ouviu no Fado Toninho -

"Ó meu rapazinho,
eu digo: Enfim!
Se não me seguram
dou cabo de ti!",

olhou para mim e, com um ar meio apreensivo/meio divertido, sussurrou:
- Ela dá cabo dele...

Não sei porquê exactamente mas durante algum tempo esta canção era "aquela do estou tão irritada!" . Suponho que teria alguma coisa a ver com o tom e com o refrão que ela aprendeu logo,

"se não me seguram
dou-lhe forte e feio
beijinhos na boca
arrepios no peito
e pagas as favas
eu digo: - Enfim!
ó meu rapazinho
és fraco para mim!",

com as variações finais, cada uma melhor do que a outra.

O mais engraçado são as entoações fadístico-vadias que ela usa imitando a Ana Bacalhau.

No outro dia viu uma fotografia da vocalista numa revista. Perguntou quem era e eu expliquei.
Ontem ao mostrá-la a uma amiga minha, a Pi, e quando esta lhe perguntou quem era, a Mathilde repondeu prontamente:
- É uma menina que canta no nosso carro!


Li algures que Ana Bacalheu gostava tanto de cantar num auditório como a céu aberto, embora fosse mais fácil instalar alguns adereços num auditório como uma mesa-de-cabeceira com um retrato.
E se for uma viatura familiar? Será que pode ser?

ps - Gosto muito da ideia de dar cabo de alguém com "beijinhos na boca e arrepios no peito". É que me apraz sobremaneira:)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

The world's favourite childrens's writer


Conheci Roal Dahl há uns 4 anos quando me interessei pelo livro que uma colega lia cujo título me fascinou "Histórias em verso para meninos perversos".
Assim que pude perguntei por ele numa livraria e embora não o tenha encontrado nas bancas descobri um não mais acabar de títulos. O primeiro que comprei foi: "Matilde", claro :), uma menina extraordinária, e desde então cada vez que descubro um novo não lhe resisto.
Roal Dahl toca na minha criança interior cá com uma genica, na minha e na de muita gente provavelmente. Os miúdos devem adorar as histórias dele com tantas coisas mágicas e sobretudo com aquele sentido de justiça em que os bons são recompensados e os maus muito muito bem castigados. Eu adoro:D

Mostrei finalmente às manas M & M o filme "Charlie e a fábrica de chocolate".

A Manon ficou fixada no filme. Não há dia que não me fale da menina mimada e mal educada, a Verruga, que "queria isto e queria aquilo e queria isto e queria aquilo...", da Violeta que mascava pastilha sem parar e que, desobediente, ficou azul e redonda como uma blue-berry, do gordo Augustus que só pensava em comer, do Mike TV que era bruto e impertinente e do Willy Wonka que no fim ganhou uma família, a do Charlie, o menino pobrezinho.

A Mathilde também gostou muito. Dançou as canções todas dos Umpa-lumpas e ficou incomodada com a Verruga porque a achou bonita mas esclareceu-se e esclareceu a Manon com a afirmação: "Ela é bonita por fora mas é feia por dentro!"

Mais um sucesso na bilheteira cá de casa portanto.

Descobri hoje, ao passear pelo site do escritor favorito das crianças em todómundo que ele escreveu "Goldilocks". Tenho de o descobrir para a nossa boucles d'or.

Poliglotices II



Mamã: "É meio-dia."
Papa: "Il est midi."
Mathilde: "Je sais dire midi en anglais: mydee!" (leia-se maidi em tom jocoso)