domingo, 27 de março de 2011

Boião de Cultura



Nas mini-férias de Carnaval pusemos um pouco da cultura em dia.

Fomos ao Palácio da Pena em Sintra.



Nós, os pais, há 10 anos que não o visitávamos. As meninas já tinham ido com a escola mas sem o passeio no Monte da Lua que é o que mais me fascina sempre. Adoro. Encontro-lhe um ar de floresta encantada que me transporta para as lendas fantásticas com dragões e princesas.


(O Banco da Rainha)

Os castelos e palácios fazem-me alguma comichão. Esta coisa de não se poder tocar em nada e tudo ter um ar morto e estático não me encanta por aí além. O mais engraçado foi o comentário mais frequente das manas M - "A rainha não era nada gira..."

Daí que o passeio seguinte me tenha agradado pela interacção possível. Fomos pois ao Pavilhão da Ciência e do Conhecimento.







A Mathilde e a Manon gostaram imenso, sobretudo da teia de aranha.




Seguimos para o Museu dos Coches.


Pareceu-me igual ao que vi quando a minha mãe lá me levou há para aí uns 34 anos (Credo! 34!) e ainda têm aqueles mini-catálogos em harmónica que ela me comprou nessa altura.

As "carroças" agradaram às manas.
Já os quadros da nobreza arrancaram-lhes comentários semelhantes aos em Sintra dias antes. "Ai tão feia! Olha esta! Parece um homem! Mas não deviam ser bonitas?"
E os representantes do género masculino não foram poupados, tão pouco. "E este tão gordo! Era o rei? Não é nada bonito! Não gosto do bigode! Mas eles são todos assim feios?"

Gostos não se discutem e, no entanto, os mais bonitos, aos nossos olhos, morreram antes dos 20 anos ou muito pouco depois. Não sei se a selecção natural assim o quis, se não tiveram tempo de perder a beleza ou se lhes deram cabo do pelo porque não queriam cá dessas coisas na corte. Certo certo é que gente bonita na realeza não era coisa que abundasse.
Lá uma ou outra rainha consorte se evidenciava, mas linha directa népias!, tudo a precisar de um plástico que lhes fizesse um transplante de cabeça.

"Resolvi fazer versos. É mais fácil a rimar."


Há umas semanas, na escola da Mathilde e da Manon, aconteceu a semana das línguas. Cada dia foi dedicado a uma língua seleccionada com acções e trabalhos que o assinalaram.
Para o dia da língua portuguesa convidaram-me a inventar qualquer coisa para começar a manhã dos mais de 500 alunos da Infantil, Pré-primária e Primária, pais e professores.
Lá fomos nós. Eu toquei e as manas cantaram, com power-points ilustrativos.

A primeira canção foi sobre os erros, "É assim! Prontos! Portanto!", uma canção feita há mais de 6 anos para o Homem que Mordeu o Cão TV e que me deu prazer revisitar. Alterei a melodia, a sequência dos verso, tirei uns e acrescentei outros novos. Um corte e costura cujo resultado intrigou os espectadores mais novos e fez sorrir os mais crescidos.

A segunda sobre os nomes colectivos os (nossos), antigamente denominados, substantivos colectivos.

Foi uma cantoria pegada e à desgarrada.

A Mathilde e a Manon portaram-se muuuuito bem. E ficaram a saber o que é um carrilhão, uma réstia, uma corja, um souto, etc, etc, pelo meio de varas, alcateias, cardumes e outros nomes mais usados.

Fico sempre tão contente quando estas coisas que invento servem para elas aprenderem.

E fico sempre tão babada com as nossas artistas de palmo e meio.

Temos esta imensa sorte de na escola nos darem oportunidades que permitem às nossas filhas aprenderem com divertimento, não só a matéria mas também o saber estar à vontade, descontraídas, em público, sem atrapalhações, sem exaltações, apenas estar e desfrutar. E é um prazer vê-las.
Bravo! Meninas!

Poliglotices IV



O Xav inventa palavras novas todos os dias. Suponho que contribui para a criação de uma nova língua e há alguns neologismos que fazem todo o sentido, podiam existir. Por ex. descansativo.

A Mathilde tem uma que ficou no nosso léxico e que serve para duas situações - Comicha-me para "tenho comichão" e para "Coça-me!"

Os exemplos são bastantes e nem sempre permanecem mas a última da Manon, resultante da tradução literal do francês, está a pegar: " Podes desvestir-me a camisola se faz favor que eu não consigo?"

Por mim, desvisto-me com todo o gosto, assim chegue o Verão!
Já mudou a hora, a única mudança de horário verdadeiramente interessante ao longo do ano.
Já faltou mais para nos desvestirmos :D

Larousse III


- As minhas amigas riem-se quando me ouvem a falar francês com o papá. Acham graça. Perguntam o que quer dizer e como se diz isto e aquilo.
- E já ensinaste alguma coisa, Mathilde?
- Sim. No outro dia ensinei "Eu fiz uma casa para as formigas."
- ... ensinaste o quê?
- Eu fiz uma casa para as formigas. J'ai fait une maison pour les fourmies.
- Pois...

terça-feira, 22 de março de 2011

Ariel e Aurora


Entretanto aconteceu o Carnaval que transformou a escola num cenário de filme psicadélico onde, e apenas a título de exemplo já que o casting contava com 600 artistas, Darth Vader conversava debaixo de uma árvore com uma palhaça, Obelix se baloiçava no parque com uma sevilhana, S. José passeava de cajado por entre índios e cowboys, fadas jogavam à macaca, uma chinesa lia histórias a uma cigana, enquanto princesas, hippies, robots e zombies corriam pelo recreio e pilotos de Fórmula 1 jogavam à bola com esqueletos e polícias.


Maravilhoso! Devia ser todos os dias assim. Eu gostava. O Xav gostava. E a Mathilde e a Manon mais ainda.

Sugeri. Os professores com quem falei disseram-me que era confuso.
Não percebo porquê... ;)
Como confundir o Shrek com a Tiana da Princesa e o Sapo? Ou a Cinderela com o Sully dos Monstros e Companhia? Ou ainda a Bela com o C3PO da Guerra das Estrelas?

Acho mais difícil distinguir os bons dos maus no parlamento e ninguém lhes diz para deixarem de ir mascarados...
Valha-nos a Primavera! Que a quaresma está mesmo a ser um sacrifício...

Le plus beau papou du monde



Guardaram religiosamente os presentes e só os ofereceram no sábado de manhã.
Le plus beau papou du monde acordou com les plus belles filles du monde abraçadas e aos beijinhos a ele, e a trazerem-lhe prendas à cama

Um porta-chaves e um diploma do melhor Pai, feitos pela Mathilde:

"Querem ver?
Eu já sei escrever
Junta-se o P com o A e o I
E sabem o que sai?
A linda palavra PAI!

Feliz dia do Pai!
Mathilde"

Um carrinho e um calendário da Manon:

"Com um grande beijinho da Manon"

Tudo cheio de corações, borboletas, flores, cores e amor.

Foi o melhor room service de sempre :)

domingo, 13 de março de 2011

Odontologia III - versão loira II



Hoje de manhã caiu o primeiro dente de leite da Manon.
Convém relembrar que os dentes de leite começam a cair por volta dos 6 anos.
Convém relembrar que por vezes caiem um pouco mais cedo, por volta dos 5 anos e meio, quase 6.
Convém relembrar que já nos tínhamos espantado com a Mathilde.
Convém relembrar que a Manon tem a tenra idade de 4 anos 11 meses e 9 dias.

E após estes relembretes todos, a única coisa que me ocorre é, e começando com uma exclamação da predilecção da minha avó, Chiça! Isto não é um bocado cedo???

Criei este blog quando apareceu o primeiro incisivo da Manon, tinha ela 6 meses. O primeiro da irmã tinha saído aos 8 e aquela diferença aparentemente insignificante foi o imenso motivo que me levou a escrever as aventuras das manas M temendo vir a esquecer-me se não o fizesse.

Muitas vezes comentei que a Manon foi sempre tão bom garfo que se eu lhe desse um cozido com uma colher de pau aos 2 meses ela teria comido certamente, e que, sendo a comida a prioridade da sua existência, era natural que tivesse dentes cá fora mais cedo do que a Mathilde que pouco ligava a comer, preferindo sem sombra de dúvida dormir. Uma questão de selecção natural, algo por aí.

Actualmente a Mathilde, apesar de comer muito bem, continua a preferir dormir e ainda assim os incisivos tombaram com uma celeridade que foi um vê-se-te-avias!

Na noite em que caiu o primeiro dente de leite da irmã, a Manon adormeceu a sonhar com o dia em que também ela teria dentes a abanar.
Parece que a Fadinha lhe fez a vontade, 4 meses mais cedo do que a Mathilde. Uma diferença que, aparentemente insignificante se não relembrarmos os relembretes acima referidos, é o imenso motivo que me faz pensar que a expressão da minha avó é a que melhor se aplica ao acontecimento. CHIÇA!!