terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cantilenas perenes do "pop infantil francês" dos anos 70/80

Numa loja de brinquedos a Mathilde desatou inesperadamente a cantar agarrada à barbicha de um faraó.



Je te tiens
Tu me tiens
par la barbichette
Le premier
De nous deux
Qui rira
Aura une tapette.

(Cantamos isto desde sempre, desde sempre sou a primeira a ser "tapettada")

Espanholas de lábios rubros, noivas alvas de encantar, carnaval que já lá vais e uns versos a terminar

O carnaval é sempre motivo de contentamento das manas M.

Este ano a mana M mais velha manteve-se fiel ao desejo de há um ano e de espanhola se vestiu.

A mana M mais pequena pediu o vestido de noiva que a maior tinha comprado em Setembro com o seu dinheirinho e que na altura comprido lhe ficava mas agora já ondula a meio da canela, valha-me Nossa Senhora dos Relógios que o tempo passa depressa demais, e a maior disse-lhe que sim com recomendações de grande cuidado ou não fosse ela a mais pinga-amor das duas e um vestido de noiva é muito importante.

A pequenina cuidou
e apenas de chocolate o manchou
mas logo o limpou
e tudo bem acabou.
Olha!, rimou e que rimado ficou!

Talvez aqui encerrar
este post tão catita
antes de incomodar
quem a poesia evita.

E se houver quem aprecie
versos bonitos sem par
também julgo que agradece
esta inspiração (absurda) parar.


Posto tal, assim me vou,
nem sei bem o que me deu,
está rimado o que rimou
e adeus que lá vou eu.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Manon, que t'es belle ma fille!! (prononcé avec l'accent juif en lui pinçant la joue)

A nossa loira cresceu muito de repente.

Conta histórias cheias de pormenores, inventa conversas intermináveis e elaboradas entre os bonecos, inventa canções, rima palavras, fica a "ler" na cama e quando acaba o livro apaga a luz e dorme, diz palavras difíceis, já não fala à chinês quando fala português (há bastante tempo, esclareça-se), faz bonecos cheios de detalhes supostamente imperceptíveis aos seus olhos de 3 anos, tem um traço preciso e seguro, espanta-nos com a sua desenvoltura, tem uma força física incrível, dança e canta como um cantor rock maluco sob o efeito de substâncias (ainda não descobrimos onde é que ela foi descobrir tal performance), faz espectáculos com a irmã e parece voar em cima de uma trotinete.

A apimentar o intelecto e a capacidade física é cómica, malandreca, alegre e muito muito doce.
Diz-nos a toda a hora que somos bonitos, que nos adora e vem dar-nos um abracinho e um beijinho porque gosta de nos dar abracinhos e beijinhos.


Há uns dias, na escola, surpreendeu a turma quando, a ver o mapa mundo, afirmou sem hesitações que a América do norte era a América do norte.

Anda fascinada com os continentes e já os conhece e situa todos.
Desenha igloos, sabe que esquimó se diz inuite, que corta o gelo para pescar e que a Gronelândia é gelada e branca, que Portugal e França ficam na Europa, cantarola "É uma casa Portuguesa" e acrescenta sempre "Com pão e vinho sobre a mesa", canta o Hino Nacional e aprecia sobretudo o "esplendor de Portugal", as "brumas da memória" e "Às armas! Às armas! Contra os canhões marchar! MARCHAR!!!!", reconhece os árabes, descobriu que Angola é em África mas quanto a escolher um povo, preferiu ser asiática e tão bem disfarçada ficou que nem a directora da creche a reconheceu.






















Eu encontrei-a logo no meio das fotografias dos colegas de todómundo, suponho que a reconheceria até coberta de alcatrão e penas, digo eu por enquanto, porque o posso dizer, por enquanto;)

E tudo isto é bom.
Mas de tudo isto o que mais nos encanta são os seus olhos risonhos e a sua voz meiguinha, "Mamã és tão bonita! Adoro-te!... Papa tu es beau! Je t'aime!", enquanto nos aperta com força e nos beija com jeitinho.
Isto é que é mesmo bom.

(E ela dizer os "R" também;) UF...)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Amor é...




























A Mathilde afirma a sua predilecção pelo nome Adriana sempre que atribuir nomes vem à baila.
Contei-lhe que pequenina tinha uma amiga invisível que se chamava Buda e ela inventou a Adriana.
Imginamos histórias de piratas e heroínas que salvam tesouros de crianças e a protagonista chama-se Adriana.
Brincamos com os PetShops e há sempre uma Adriana.
Brincamos com bonecas e lá está a Adriana.
Sonhamos acordadas com mundos mágicos e, obviamente, há uma princesa Adriana ou uma fada Adriana ou uma menina Adriana.
"Gosto do nome. É bonito" diz ela :)

Há uns dias sugeri-lhe que se tiver uma filha lhe chame Adriana. A resposta não demorou...
- Não! Eu vou ter dois filhos, uma menina e um menino, uma Maria e um Xavier, para ter sempre com os meus pais comigo e nunca me esquecer deles.
- Tão querida! Está bem... mas se tiveres uma terceira, podes chamar-lhe Adriana.
- Ah! Pois!:)... mas se calhar o António também vai querer por isso temos de ter mais dois, uma Ju e um Leonardo.


Amor é ter uma Maria, um Xavier, uma Ju e um Leonardo prescindindo de uma Adriana.

Que ninguém duvide! É amor mesmo!