quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O dia da sobrevivência ao "Nada pára a modernidade!"


Nem só de acontecimentos brilhantes se constroi a vida.

Há dois dias, numa festa de anos de um colega, a Mathilde caíu de um pula-pula insuflável.
Caíu de uma altura aparentemente inofensiva, meio metro.
O detalhe que condicionou a consequência foi o chão, de cimento, bem durinho.
Traumatismo craniano com perda de conhecimento, 15 segundos, mais coisa menos coisa, uma eternidade...

Susto! Valentíssimo!
Dos alguns pais dos amigos que lá estavam, dos amigos, nosso quando nos ligaram e dela, grande grande susto dela.

Choro profuso, tinóni até ao Hospital, gelo dentro de uma luva feita saco improvisado, radiografias, vigilância de 48horas do estado de consciência e, graças a todos os Anjinhos da Guarda, apenas um galo gigante que se fartou de cacarejar na cabeça da nossa acidentada.

A Mathilde, por sua vez, já voltou a cantar, e nós também. Foi muito valente, decidiu ir sozinha na ambulância e portou-se melhor que gente grande durante todo o processo.

A Manon diz que a mana desmaiou como a Branca-de-Neve e a Aurora mas não por causa de maçãs ou fusos, bateu com a cabeça, "muito perigoso, pois é mamã?"
Nós dizemos que agora é que ela ficou maluca de todo;):D
E ela ri-se e aproveita os benefícios secundários, prendas das amigas, miminhos dos colegas, telefonemas dos pais e mães que muito nos comoveram.

Isto de ser médica tem o inconveniente de nos lembrarmos de complicações terríveis e a que me ocorreu imediatamente foi a do Joaquim Agostinho, o inicialmente silencioso hematoma subdural.
Passei pois as primeiras 24 horas entre a preocupação relativa uma vez que ela se mostrava bem, apenas com dor de cabeça, pois pudera!, e o alívio graças à bonança que a sorte permitiu.

O que me ocorre no fim deste episódio ansiogénico é:

"What the fuck faz um pula-pula em cima de um chão de cimento e sem protecções laterais?"

Dizem-me que as crianças já não vivem sem insufláveis. Eu preferia quando eram os adultos brincavam com bonecas.

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá querida mamã, realmente não ganharam para o susto? A princesa está melhor, está bem? Espero que sim!
Beijinhos,Sofia,Pedro e Joana

G_ticopei disse...

Realmente acho que às vezes tanta modernice e tecnologia só condiciona a capacidade imaginativa e de improviso das crianças.
Ainda bem que não foi nada de mais.
Um beijo e as melhoras dela.

ACA disse...

Uff, imagino o susto... As melhoras para a Mathilde! Fico contente por saber que não houve complicações de maior.

Quanto à tua "lembrança" de complicações terríveis, não terá mais a ver com o facto de seres a mãe do que com o de seres médica?

Bjos

Unknown disse...

Olá Maria,
Nem imagino o susto que apanharam, ainda bem que não passou disso mesmo. ESpero que até o galo já tenha desaparecido.

Não sei se vem muito a propósito neste tópico, mas em todo o caso, aproveito para te agradecer por partilhares connosco álguns momentos da tua familia. Descobri o blog por acaso e tive de o ler de uma assentada. Conhecia o "Era uma vez" e adoro. Aqui admiro sobretudo as tuas muitas declarações de amor ao teu amrido e ás tuas filhas.
Acho que vejo a vossa família como uma "familia conto de fadas" e espero que acabe sempre tudo cmo nos contos apesar dos sustos, como este.
Parabéns por construires uma familia tão bonita.

Beijos

E.

M e M disse...

Obrigada a todos pelos desejos de melhoras, a Mathilde está muito bem.

Não ACA, não é sobretudo por eu ser a mãe.
Claro que a carga emocional é bem diferente mas nós também somos a nossa profissão e "quando oiço um tropel penso que devem ser cavalos mas lembro-me sempre que também, mais raramente, podem ser zebras";)

Não sou muito preocupada com as doenças mas vejo eventualmente mais hipóteses do que quem não trabalha no meio.

O Xav até diz isso, "Isto de ter uma mulher médica complica a situação porque ela sabe estas coisas. Eu não sei e nem as imagino."
A nesciência compensa com menor dose de angústia ;)

Obrigada Eugénia, fiquei encantada com a ideia de alguém ter lido o blog todo de uma assentada, bolas! Obrigada mesmo!
Não sei se somos uma "família conto de fadas" mas que temos os nossos anjinhos da guarda, isso seguramente :)
Obrigada mais uma vez