Tive um incidente de percurso há uns dias.
Um mal asmático levou-me à porta do “Vou e não sei se volto porque apenas Jesus ressuscitou ainda que tal afirmação não seja consensual e para cúmulo do desencontro de interesses estamos no advento e parece 6ª feira santa.”
Não se percebeu bem o motivo, o certo é que foi por um triz, cheguei à urgência em paragem respiratória. Sem dourar a pílula, quase morri, “mais um bocadinho e isto corria mal!” como me disseram.
Tenho asma, depois de velha; provavelmente insinuou-se durante a minha segunda gravidez mas desde que diagnosticada há menos de dois anos nunca mais me tinha dado grande sinal da sua pertença à minha pessoa.
Quando a descobri tive uns minutos de infelicidade. O bem que mais prezo desde que me lembro de mim é a saúde e peço-o sempre em cada início de ano e ao longo dele. Sou médica porque detesto doenças e logo tinha de me calhar uma crónica. Sou psiquiatra e logo me tinha de calhar uma psicossomática.
Recordo a pneumologista que leu o meu pensamento sem me conhecer e me ordenou que parasse com ideias da psiquiatria porque “gravidez + rinite alérgica + dois anos e meio sempre infectada + um otorrinolaringologista que insistia que era do nariz sem tratar dos fenómenos de broncospasmo que nem eu dava conta nem ele sequer questionava + racionalizações como “É natural que estejas cansada, tens duas miúdas pequenas, trabalhas muito…” que não me satisfaziam porque aquele cansaço me dizia que algo de patológico se passava = PROCESSO INSTALADO”.
Resumindo, Se me tivessem tratado como eu pedi, sugerindo vezes sem conta recorrer a um pneumologista porque não podia ser normal aquela sensação de fadiga extrema e permanente com infecções recorrentes numa periodicidade mensal e nos últimos mais de 3 meses pré-diagnóstico sem intervalo livre, não havia asma.
Com “Se’s” fazia-se um mundo novo.
Assim, a doença chegou, gostou, e ficou.
Decidi então que a asma era minha, tão minha como o fígado, um olho, o cerebelo ou um artelho. Tratá-la-ia pois como todo o amor e carinho, seria a sua melhor amiga, ela não se sentiria rejeitada e viveria em equilíbrio dentro de mim e comigo. E assim foi. Rapidamente melhorei e sem medicação fiquei. E o cansaço desapareceu. Passei a cansar-me como as pessoas normais, como antes, como me lembrava da vida.
A quando do diagnóstico, no final de Fevereiro de 2008, descobri que ter vocação para vítima pode dar jeito, por vezes, e aquela teria sido uma delas porque se tivesse puxado mais pelo meu mártir escondido e rejeitado teria pedido ajuda mais cedo.
No entanto, dou-me conta que repeti a proeza, provavelmente por esquecimento desse ensinamento, Freud dizia que quem não recorda está condenado a repetir, não que eu adore o Mestre Sigmund mas o certo é que sábado, dia 19 de Dezembro de 2009, aos 39 anos e 5 dias, idade mais que suficiente para ter juízo, mais uma vez, com esta mania de psiquiatra, achei que não devia ser assim tão grave e que o meu mal era estar ansiosa, se bem que ao deitar eu estava longe de tal emoção. Uma amiga, também psiquiatra, dizia-me a esse propósito “ Há pessoas que estão a ter um ataque de pânico e acham que estão a morrer. Tu estás a morrer e achas que estás a ter um ataque de pânico”. Sendo que nunca tive ataques de pânico, devo ser mesmo é parva.
Este Outono, pela primeira vez comecei a respirar contra uma resistência, cada vez maior, e apesar dos ajustes de medicação cada vez mais elevados, dois dias depois do meu aniversário tive a primeira crise e mais outros três a segunda que quase foi a última.
A idade traz muitas coisas boas e menos boas. Uma das que se inclui na segunda categoria é o confronto permanente com a nossa fragilidade e mortalidade.
São amigos que adoecem, amigos de amigos, próximos que morrem, próximos de próximos, todas as semanas recebemos notícias mais ou menos chegadas. São exames de rotina que aumentam em número e frequência, são suspeitas desta ou daquela doença, a nossa mortalidade paira por ali.
Mas é algo num plano não imediato, está lá, como sempre esteve, vai acontecer um dia, lá mais à frente.
Por oposição, o que se passou naquele momento daquela noite de sábado foi “Eu vou morrer, agora.”, o plano não podia ser mais imediato e não havia lá mais à frente.
E não vi túnel, nem luzes nem a minha vida em retrospectiva. Vi tudo preto, deixei de conseguir ligar o pensamento ao discurso não percebendo como é que as palavras estavam a sair, deixei de conseguir falar, de sentir as mão e o equilíbrio vacilou. O ar não entrava, não descia, nada, tudo fechado.
Não senti tranquilidade nem anestesia, senti angústia que fisicamente não é possível dissociar da falta de ar.
Não pensei que queria viver, como me disse a minha mãe depois, só conseguia pensar que não queria morrer, com 39 anos e 5 dias, e deixar as minhas filhas e o meu marido. O meu cérebro baralhou-se com este "Não". O cérebro funciona melhor com ordens no positivo e angustiou-me ainda mais.
Não dei mais valor à vida porque o dou todos os dias e o penso constantemente, no privilégio que é viver como vivo, onde vivo, com quem vivo, ter a minha vida.
Não sou medrosa, antes pelo contrário, e nunca tinha tido tanto medo. Assustei-me, muito.
Passaram-me pela cabeça todos os doentes com mal asmático que vi morrer em bancos de urgência e, apesar de me assegurarem que tudo ia melhorar, também me preveniram que há bastantes casos fatais em médicos porque acham sempre que se pode esperar e chegam tarde demais. Sou mesmo parva e pelos vistos outros parvos me acompanham.
Não sou dramática em doses visíveis, sou mais Joy to the World e absolutamente optimista e, no entanto, produzi todo um filme de despedida, percebida naquele momento, dos meus amigos e família nos dias que antecederam a crise.
Porque comemorei em grande 39 anos? Porque não chegaria aos 40, claro.
Lembrei-me de frases que tinha ouvido nessa tarde a propósito de secar contas através de levantamentos em caixas automáticas como “As pessoas morrem sempre ao fim-de-semana.”.
Lembrei-me de pendentes que quero resolver e que não poderia fazê-lo.
Lembrei-me da minha mãe e não sei porque carga de água ela estava sempre vestida de branco.
Lembrei-me do Xavier que é o melhor homem que eu conheço.
Lembrei-me da conversa ao deitar com a Mathilde, de uma série de coisas que lhe disse pela primeira vez, pareciam recados.
Lembrei-me que não me tinha despedido da Manon da mesma maneira.
E tudo me parecia triste e derradeiro.
Por mais que tentasse afastar estes pensamentos, eles não iam embora. Nem a dificuldade respiratória.
Foram 3 dias de internamento no SO de agudos a secar lágrimas porque o choro agravava a dispneia até poder soluçar sem que tal acontecesse.
Li um livro daqueles espessos durante o último dia, “Quem quer ser bilionário” onde Ram Mohamed Thomas imaginava a mãe vestida de branco e espantei-me.
Sonhei com pinguins a fazer acrobacias no ar, a planar todos agarrados uns aos outros em círculos num fundo laranja de pôr-do-sol e quando cheguei a casa, no dia seguinte tinha na caixa do correio uma agenda cor-de-laranja 2010 com os mesmos pinguins símbolo de um antidepressivo, a vida tem realmente muita graça, ainda bem que não morri.
Saí de lá com hematomas e equimoses das múltiplas picadas que me transformaram num regador e que agora vão desaparecendo. No primeiro dia nem as senti.
Bati muito depressa porque os cocktails de aerossóis aceleravam-me o coração.
Perdi mais de 3kg apesar dos corticóides.
Ganhei mais cabelos brancos.
Decidi que me vou ralar ainda menos com muitas coisas.
Tive 8 tubos ligados a mim para múltiplas funções, de registo e de porta de acesso.
Escrevi muito, no hospital vivem-se e testemunham-se cenas espantosas. Um dia passo tudo a limpo, do caderno escrito a carvão para um formato digital e chamo-lhe “O dia em que sobrevivi”.
Nunca tinha estado numa maca com doentes muito mal à minha volta. Não me incomodou. Ter trabalhado entre as macas deixa defesas.
Não tinha saudades. Não tenho saudades.
Não me faz falta, o hospital.
Nem um assado destes.
Quase morri.
Mas voltei a tempo do Natal, para pôr a mesa, porque este ano comprei enfeites para a mesa.
Foi um bom Natal, com as pequenas felizes e os grandes aliviados e felizes também.
Estou ainda muito longe da normalidade e pouco serena pois as melhoras são parcas.
Tenho tempo, espero, e paciência, agora que já pus a mesa de Natal e que me descanso pela casa, sem saber bem quando recomeçará a vida como me lembro dela e porque me aconselharam, nem me atreveria agora, a não viajar e lá anulámos a nossa ida de fim de ano que duraria um bela semana de novo no vale dos castelos com ida à cidade das luzes, ver precisamente as luzes de Natal. Tenho muita pena, sobretudo pelas meninas que estavam entusiasmadíssimas com a viagem.
Tenho 10 medicamentos diferentes que vou fazendo ao longo dos dias.
Durmo com 4 almofadas e estou a aprender a respirar com ginástica.
Pretendo ir a todas. Homeopatia, acupunctura, massagens e à bruxa.
Apanhei o susto da minha vida.
Mas voltei a tempo do Natal, vivinha de Vasconcelos, a respirar, ainda que mal, e apta a pôr, ainda que devagar, a mesa do Natal porque este ano comprei enfeites para a mesa.
A Manon teve febre nos 3 dias em que não estive.
O Xav adoeceu com uma gripe que ele descrevia como estar na auto-estrada toda a noite com camiões a rolarem por cima dele.
Pôs a minha aliança no dedo mindinho ao lado da dele e dormiu do meu lado da cama.
A Mathilde gritou-me saudades e não disse mais nada na tarde do meu regresso. Na manhã seguinte foi enfiar-se na minha cama e confidenciou-me que teve medo que eu não voltasse mais porque achava que eu tinha morrido. Agarrou-se a mim e desatou a chorar.
Menino Jesus, eu este Natal, queria um presente diferente, diferente...
O que eu quero é que tu me permitas viver saudável com o meu Xavier também saudável e ver as minhas filhas crescerem, muito, sempre saudáveis, terem filhos e eles crescerem, muito, sempre saudáveis, e se puder ainda ver mais outra geração a seguir olha!, era um brinde do bolo Rei que garantidamente valorizarei e guardarei com cuidado, como sempre.
Não me importa com muito mais, como tu sabes aliás, o que eu quero, sem dúvidas, é que as minhas filhas e o meu amor estejam bem e que eu possa estar igualmente bem e com eles.
Lembras-te quando a Mathilde estava para nascer e que eu pedia apenas que ela tivesse saúde? E depois a Manon também? E que quando converso com o meu Anjinho da Guarda falo sempre disso e mando recados aos anjinhos da guarda delas e do Xav?
É pois isso que eu quero este Natal.
Não quero ver o meu marido metaforicamente atropelado por camiões, a Manon com febres vespertinas quando a mãe não volta e a Mathilde aflita mesmo que a explicação tenha sido suave.
Por isso, Menino Jesus, eu este Natal queria um presente diferente, diferente…
Queria o que o Ano Novo fosse cheio de saúde, pode ser?
32 comentários:
Sei que o Menino Jesus te vai ouvir e retribuir toda a beleza que tens e transmites aos outros. Por tudo o que és para ti e para os outros, vais ver que te vai ouvir. Pela incrivel familia que tens, e que te adora incondicionavelmente, pelos amigos que estão sempre contigo, por te saberem sempre com eles também, o menino Jesus só tem de te ouvir. Mandaram-te um susto talvez, por saberem que ias aguentar, e sobretudo aprender com ele e ficares ainda mais forte, dares ainda mais valor não só à tua família, aos teu amigos, mas sobretudo dares-te mais valor a TI! Sei que vais ultrapassar isto, estás rodeada de amor...o melhor medicamento Doutora. E estou aqui, para o que quiseres. Beijinho Rita Ribeiro
Olá Maria,
Costumo vir aqui e gosto muito.
Queria também deixar um beijinho e desejar as melhoras e tudo de bom.Também tenho uma preciosidade chamada Madalena, de 3 aninhos. E ela adora uma boneca que dá no Panda que é a Manon, e lembro-me sempre da sua pequenina.
Um beijinho grande, grande.
Catarina , 33
Olá Maria,
Sou leitora constante mas é a primeira vez que comento.
Fiquei bastante comovida e preocupada e espero que as melhoras passem de parcas a muitíssimas.
Tenho vários casos de asma na família, incluindo a minha, pelo que tendo assistido e vivido episódios felizmente não tão extremos, sei a aflição e pânico que podem causar. Acompanhamento médico, família e amigos (mesmo os desconhecidos online) são a melhor ajuda neste momento, e dou o meu contributo possível, nesta hora em que precisa dele.
Um beijo, espero voltar a ouvir as suas fantásticas gargalhadas!
Joana Wilton
Olá Maria,
tenho tentado acompanhar o que escreves aqui e fiquei muito preocupada contigo...tu, aquela força viva, que já tanto me ajudou..
Espero que tudo esteja já a correr melhor e desejo-te um 2010 feliz, cheio de saúde e força, junto da tua incrível família. Até já!! Bjs.
Rosário
Olá Maria,
Fiquei emocionada com o sua mensagem. Vivi linha a linha o sofrimento pelo qual passou, sorri com algumas frases irónicas e fiquei feliz por saber que está a recuperar. Estou certa que o menino Jesus ouviu o seu pedido. Um beijinho, as melhoras e tudo de bom para essa família adorável!
Olá, Maria ...
Mta, mta saúde para todos ...Feliz 2010 :)
Melhoras e mts bjinhos para ajudar na recuperação
Maria,
Estou em crer que és uma boa pessoa. Mereces toda a saúde que pedes, para ti e para a tua família.
Muitos beijos e as melhoras de todos.
Olá, Maria,
Não era bem o post de fim de ano que estava à espera. Ler um "quase morri" tão literal é angustiante. Ao mesmo tempo, ler o "quase" é também um alívio. (Desculpa o discurso desconexo, mas o teu post deixou-me algo embargada e sem palavras.)
Desejo que melhores tão rápido quanto possível, que, dia a dia, te vás aproximando da normalidade e que tenhas muitos e longos anos saudável e feliz com as tuas meninas, o teu amor e os teus amigos.
Um ano de 2010 muito feliz!
Um abraço,
Confras
PS: Acho que a tua resolução de ano novo ou de near-death experience de te ralar ainda menos com muitas coisas é muito sensata.
Uau, que susto! Ainda bem que estás bem. A minha asma também surgiu depois de adulta, mas tem sido algo muito "light"... E no teu caso, com o conhecimento e acompanhamento médico que tens, ter chegado a esse nivel de gravidade é assustador. Toma cuidado contigo, porque as tuas meninas precisam da mãe, e se não confiares num médico vai ao segundo, ou ao terceiro, porque tu, ao contrário de mim, tens conhecimentos médicos para reconheceres os sintomas... Muita saúde para todos vós!
Olá Maria***
Sou uma leitora assídua do seu fantástico blog e adoro acompanhar as vivências da sua família linda -fico sempre um bocadinho mais rica interiormente...
Hoje não resisti e tive mesmo que lhe enviar um enorme beijinho e desejos de franca recuperação - tenha cuidado consigo!
Um Ano de 2010 muito feliz para si e toda a família***
Lena Limpo/Paço de Arcos
Maria só agora soube... Estou em choque... Acreditas que tu és uma das pessoas que eu achava que nunca teriam doenças, que eras saudavel da cabeça aos pés... Não sei porque, talvez porque gosto muito de ti e admiro-te muito. E até porque devo-te a minha vida, não sabes disso mas um certo dia de Dezembro de 2005 ligaste-me a convidar-me a ir a tua festa(era de lançamento do disco e o teu aniversario) nesse dia eu tinha decidido que não queria viver mais, estava só a espera de ficar sozinha em casa(o marido costumava ir beber um café), mas desisti, afinal tinha que ir á tua festa, afinal alguem se lembrava de mim e talvez até gostasse de mim, e esse alguem não era qualquer um.... juro que isto é verdade....
Há dias(uns 3/4 ou 5 dias após o teu aniversario) lembrei-me e decici já nem dizer nada, afinal já tinham passado tantos dias...
Hoje vim deixar-te um beijinho e desejar que 2010 seja mais um optimo ano para ti e para a tua familia, e vai ser!
Beijinho grande para ti, força!
Olinda.
wow...
Estava a surfar pelo blog do Pedro e lembrei-me... "Deixa ca espreitar a Maria que ha algum tempo que não sei nada dela" Pudera!!! :S
Querida Maria, espero que as coisas estejam melhores contigo! Parece que foi há uma eternidade que fui ter convosco à saida do Tivoli e levei o Rei Leao ao Pedro... E que falamos dos perigos dos partos... Nunca esqueci as tuas palavras "Por ser medica sei bem o que a casa gasta" e de facto, caramba!
Um grande grande grande beijinho e espero que 2010 te traga tudo de bom!
Beijocas e hakuna matata ;)
Rita **
Bolas bolas... Uma pessoa não vem ler isto uns dias e apanha uma notícia destas.
Tu, na minha mente e na minha memória, és a pessoa que nunca está mal. Estás sempre feliz, sempre saudável e os teus estão, juntamente contigo, felizes e saudáveis e é assim que tem de ser, é assim que eu quero que seja porque tens uma família exemplo e me pareces uma pessoa exemplar e, enquanto tudo está "cor-de-rosa" desse lado eu vejo que o mundo pode ser cor-de-rosa.
Por isso, minha querida Maria, melhora muito e continua sempre a sorrir. Reconhece os sintomas e não te deixes cair noutra dessas... caramba...
Não se pode dizer asneiras aqui, certo? É que foi o que me saiu quando soube do que te aconteceu, e ainda agora é difícil sair deste estado.
Minha querida Maria, do pouco que nos dás a conhecer o que mais aprecio em ti é precisamente o teu amor incondicional pela vida, pelos teus amores, por tudo o que há de bom na vida.
Ainda no outro dia ouvi a gravação do velho PM em que falavas ao telefone com o Pedro e o Nuno dando as novidades sobre a recém-nascida Mathilde, e serve de exemplo ao de bem que estavas (estás) com a vida.
Pensar que estiveste tão perto de ter que reduzir o teu tempo a gozar essas coisas boas é assustador e violento. Olha, agora que 2010 começa que, no mínimo, não passes por outro susto desses e que tenhas, pelo menos mais um meio século ou assim para continuar a vida como o tens feito até agora.
Muita força para ti e para a tua família.
Sois lindos. Não me faças chorar mais.
Fazes falta cá "em baixo" connosco, Maria. Não vás já. Ainda bem que não foste. :-)
As melhoras... e um beijo do tamanho da distância que nos "separa". (Só fisicamente, porque me lembro sempre muitas vezes de ti...)
Maria, desejo-te um ano cheio, a abarrotar, de AR e de memórias doces e felizes. E uma vida longa recheada de anos idênticos. Beijo grande
Mizé
Querida Maria
Que pesadelo... Tinha pensado em ti dia 14 (ainda tenho memória de elefante, por isso nunca esqueço). O confronto com a mortalidade só é bom quando, tal como tu, sobrevivemos para contar coo foi e para redimensionar a nossa vida. Ainda bem que escreveste a contar. É o que costumo pedir Às minhas filhas (agora que já escrevem) que façam depois de um sonho mau, que escrevam e depois, se quiserem, que o deitem fora, para não ficar dentro delas preso. Enfim a psiquiatra és tu, por isso percebes... Votos de Saúde para 2010, para ti e para os teus, os meus, os de todos, para vivermos esta década talvez com mais exames médicos, mas também mais serenidade.
Eh pá... isso é que foi um sustinho!
Felizmente o Menino Jesus estava atento...
Muita saúde da boa pra ver crescer essas lindas meninas...
Ana
Ainda bem que correu tudo bem. Sou leitora assídua do seu blog, do qual gosto imenso, mas é a primeira vez que comento. Aliás, continua a correr tudo bem, não continua? Não dá notícias há tantos dias...
Beijinhos
Patrícia
poças... fiquei com em lágrimas depois de ler o teu post! Espero sinceramente que recuperes a 100%. Bjnho, continuaçáo das melhoras e muita muita saúde.
Maria como estás?
Podia enviar-te sms mas não quero incomodar...
Beijinho
Foi um alívio gigante ir a tua casa, estar contigo e falarmos, sem aflição, sobre o susto e os sustos da vida, podendo sorrir. Vai tudo correr bem, finalmente.
As melhoras! Beijinhos às miudas e um abraço ao Xavier. Estamos aí.
Beijo
Pedro
Ontem li "Já ouvi dizer que se pode julgar uma pessoa pelos seus amigos. Se isso for verdade, então devo ser uma óptima pessoa."
Identifiquei-me porque tenho muita sorte, tenho muitos amigos e todos eles óptimas pessoas.
Obrigada a todos.
Os que escreveram, os que ligaram, os que apareceram.
Escrevi este post porque queria pôr este mal estar fora de mim e deixar no ano passado.
Sei que tal não é possível mas ajudou um bocadinho.
Este blog é das minhas filhas e espero voltar a escrever um dia destes as maravilhas com que nos prendam. Até hoje ainda não me senti disponível.
Não estou muito bem, tenho tido altos e baixos, um deles com nova ida à urgência, e estou a aprender a viver com esta sensação de insegurança vital que me põe maluca porque "posso/não posso" levo eu bem mas "vivo/não vivo" é muito difícil.
Não sou ansiosa de uma forma geral e andar em tensão é uma coisa nova para mim, estou a aprender também.
Imagino, como me disse uma amiga, que se me foi dada nova oportunidade deve ser para que eu cumpra alguma coisa importante (ou não, sei lá eu...) no futuro próximo ou distante, ando a ver se descubro também. Aceito sugestões.
Rita, desfiz-me em lágrimas com o que me escreveste, obrigada. Achei bonita a tua ideia de que se me mandaram um susto foi por saberem que eu aguentaria e a perspectiva de me dar mais valor também não tinha sido contemplada antes de te ler, obrigada.
Rosário! Como e por onde andas tu?
Cuga, também me lembro no dia 13 de Julho, certo? O mesmo dia do Harrison Ford? Ou estou em hipóxia e baralhada?;)
Acho muitíssimo inteligente e especial isso que fazes com os sonhos maus das tuas filhas. Sempre foste brilhante e o brilho que vem de dentro permanece, obrigada.
Sara e Nelson, obrigada, muito mesmo.
Nelson, tu diz palavrões à vontade! Olha!, dou-me conta que não disse nenhum ultimamente e vou dar largas à matraca porque me deve fazer bem.
Sara, fiquei até constrangida com esse ideal de mim que transmitiste. Fizeste-me pensar nessa coisa dos portos seguros, quando um porto é seguro eu acredito que a vida pode ser segura, a ver se isso me ajuda a lidar com esta nova realidade vital.
Tens de me convidar novamente para ver o teu blog porque não me deixam lá entrar.
MiZé, adorei o "abarrotar de ar", obrigada, é mesmo isso.
Blimunda, obrigada pelo que estás em crer, eu quero crer que sim também.
Gil, o teu coment tem um tom de épico bíblico mixed com ghost que me fez sorrir:), obrigada.
Confras, fico sempre tão contente quando cá vens. Um dia temos de nos encontrar, pode ser?
Catarina, Joana, Isa, Ângela, Lena, Rita, Ana, Patrícia, Andreia e Anónima que eu não deixou nome, obrigada, é muito bom saber que gostam de nós.
Fiquei surpreendida com tantas pessoas que me lêem. Comentem mais vezes, gosto muito de vos ter por cá.
Olinda, já trocámos mensagens quando escreveste o post, fiquei lavada em lágrimas com o que me contaste, muito obrigada. E podes mandar sms à tua vontade que não incomodas.
Por hoje é tudo.
Mais uma vez obrigada.
Pedro, quando comentei ainda não estavas aqui.
Obrigada, foi muito bom sim, a ver se repetimos.
Beijinho!!!!
O comentário do Pedro tinha ajudado, mas a ausência de post/comentários já me começava a deixar ansiosa a mim.
Lamento que ainda não te encontres bem. :/ Mas espero que, dentro de pouco tempo, tenhas só altos e nenhuns baixos. Com a corrente de energia positiva que tens à tua volta, só pode ser assim!
Ah, e sem querer entrar numa troca de galhardetes, é ao contrário: eu é que fico contente quando venho cá. E venho muitas vezes, mesmo quando não digo nada.
E claro q pode ser.
Toma conta de ti e melhora.
Um abraço,
Confras
Muitas vezes passo e não digo nada, não é por nada ter a dizer mas por ser este blog a casa das tuas filhas. Fico encantada, feliz com tanto amor e saio.
Hoje, depois de tanto comentário a demonstrar afeição deixo aquele abraço e confirmar que um destes dias irei a Fátima pôr uma vel(h)inha de agradecimento por ter a tua gargalhada por muitos anos.
Fica forte, precisamos de ti!
Beijinho doce
"Ca restera comme une lumière
Qui me tiendra chaud dans mes hivers
Un petit feu de toi qui s'éteint pas"
Olá Maria,
Nem sei bem o que dizer, caramba...um susto destes e logo na altura do Natal,...
Folgo em saber que estás melhor.
A asma é uma doença "lixada" sim senhora, eu tive na infância, felizmente agora esqueceu-se de mim.
Tu és uma pessoa forte que ama muito a vida e a familia, isso é meia cura...
O Menino Jesus só pode ter muita saúde para ti, vai ser um bom ano.
Espero que encontres o equilibrio rapidamente, espero também pelas noticias da "familia conto de fadas" como sempre, feliz, muito feliz.
Beijos grandes
Gena
(Desculpa o abuso de tratar por tu)
Olá de novo!
Gostei de ter notícias tuas, embora não sejam as que gostaria de ter tido... Questionava-me como andarias quase todos os dias...
Não sei se te abona em alguma coisa, mas creio que sei mais ou menos bem o que sentes neste momento. Também eu vivi uma fase em que senti a vida com fim à vista. Talvez não tão premente como tu, mas presente (TVP e TB uma a seguir à outra aos 26/27 anos). Já se passaram uns anitos e se calhar já consigo fazer um balanço, embora ainda agora sinta um arrepio na espinha de quando em vez e saiba que corro sempre mais riscos que a maior parte dos outros. Se a vida mudou? Mudou sim, não te vou mentir. É uma sensação próxima à perda da inocência ou à descoberta da não existência do pai natal. Mas também trouxe mudanças positivas e quero acreditar que me fez crescer e almejar com muita força ser melhor pessoa. É quase como um caminho que se vai percorrendo, que por acaso é mais complicado que muitos outros, mas também tem paisagens nunca imaginadas...
Desejo-te as melhoras a todos os níveis e uma muito GOOD RIDDANCE!
Another turning point, a fork stuck in the road
Time grabs you by the wrist, directs you where to go
So make the best of this test, and don't ask why
It's not a question, but a lesson learned in time
It's something unpredictable, but in the end it's right.
I hope you had the time of your life.
http://www.youtube.com/watch?v=fzsCg79wQlE
Mizé
Caramba ... bem que já me podia ter lembrado de voltar a ler os comentários feitos no entretanto ... andava com o coração nas mãos!Tts dias dps do post e nada escrito ... agora, fiquei mais aliviada! Não são as notícias que mais ansiamos ouvir, mas tenho a certeza que não há-de faltar mto para que sejam .. Anónimos ou conhecidos,Amigos ou seguidores,a corrente positiva vai estar spre aqui, tenho a certeza ... Um dia de cada vez e um atrás do outro! Obrigada pelo agradecimento e aqui estão mais bjinhos de melhoras, que no pouco que possam ser, veêm com a melhor das intenções e isso é tipo" código postal" ´: é meio caminho andado!
Força, Maria :)
Obrigada São, "Confidentiel" é uma das canções da minha vida;)
Obrigada Gena, não é abuso nenhum, por tu está bem:)
Mizé, Confras e Ângela, obrigada novamente.
Estou mais ou menos na mesma mas vou melhorando e assim que acabar este coment vou postar sobre as manas M & M que este diário não pode andar ao abandono.
Nunca é tarde para oferecer o que temos de melhor: afectos e palavras. As minhas palavras não trazem conselhos, nem orientam discursos sábios de como viver ou sobreviver a estes momentos. São de apoio, partilha e amizade e, apesar de não nos conhecermos, compartilho a tua angústia.
Imagino que tenha sido uma experiência muito difícil e que as coisas ainda não tenham passado à fase do "agora é que vai ser". E acho que não vale a pena perder tempo com grandes discursos e filosofias de-que-pode-acontecer-a-qualquer-um, porque nunca ninguém está preparado para estes percalços. Insisto uma vez mais na importância dos afectos e isso já deu para perceber que estão em grande escala na tua vida. E isso sabe tão bem, não é?
Agarra-te ao que te faz bem, mesmo que pareça estranho. Como diz o Jorge Palma:
"Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal/
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual/
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar"/"
Um beijinho para ti e para as tuas princesas.
Carla
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