domingo, 7 de janeiro de 2007

Boule et Bill



Quando eu era pequenina adorava ver os livros da minha mãe. Suponho que muitos miúdos se fascinam com o mesmo.
A Mathilde interessou-se cedo pelos nosso livros. Primeiro os meus do Noddy, sim que quando eu era pequenina o Nodi era Noddy, a ursa Teresa era a ursinha Tété, o Orelhas era o Orelhas Grandes, não existia a boneca Dina nem a macaca Marta e os livros eram livros de texto com bonecos pelo meio.
Não tenho muitos, a colecção contava com 24, julgo, e eu só tenho 6 ou 7. Não me interessou muito o Noddy, percebi isso agora quando verifico que li quase todas as colecções da Enid Blyton, os cinco, os sete, o mistério, as gémeas, o colégio das 4 Torres, etc. mas o Noddy ficou-se por um quarto da totalidade editada.

O boneco, confesso, irrita-me um bocadito de tão nhó-nhó-coitadinho-a-quem-todas-as-desgraças-acontecem. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Não é preciso ser um super-herói mas ser sempre enganado, enganar-se sempre, esquecer-se, perder-se, fazer disparate atrás de disparate, para mim, é demais! Para ajudar à festa deprimente passa o tempo a cantar sempre a mesma melodia só alterando a letra. Não, o Nodi não me apraz por aí além.

Mas a Mathilde pegou, muito pequenina, espontaneamente, nos meus livrinhos deste cabeçudo de chapéu com um guizo do país dos brinquedos.
Fico espantada com o merchandising que popularizou esta personagem e quando, vinda da creche, ela me falava do "Nói", percebi que mais valia ir com a maré e esperar que passasse. E passou, pelo menos não foi a loucura que outras crianças à minha volta expressavam pelo boneco e para além do "Nói" que acabou por passar a Nodi com o amadurecimento da linguagem, a Mathilde foi inspeccionando os "Asterix" e os "Boule et Bill" do pai que lhe explicava quem era cada uma das figuras naqueles quadradinhos às cores.

Já há mais de 2 meses que ela não "lia" um "Boule et Bill". Tem andado muito entretida com a "Anita" e a "Matilde" e as histórias da Disney, o "Ruca", os contos infantis, outros livros que lhe vão dando,enfim, tudo o que apanha com bonecos e que pede que lhe conte todas as noites.


O Pai Natal (vovó) deixou-lhe no sapatinho um cão, daqueles a pilhas que andam e ladram e comem e até fazem xixi assim lhe ponhamos água lá dentro coisa que ficou logo catalogada como interdita de forma a que a casa não se transforme num monte de mini-laguinhos aqui e acolá.

Perguntámos-lhe:
- Como se chama o teu cão?
E ela, sem hesitar:
- Bill!

Podia ter sido Pipa que é a cadela da minha mãe, podia ter sido Snoopy, Turbulento, Pluto, Trump, "Tich" que é uma das cadelas do Nuno e da "Bela", podia ter sido qualquer coisa que ela se lembrasse naquela altura, mas foi, sem hesitações, Bill!

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