- Vais ser santa, Manon! Duas catequeses?
- Eu não quero ser isso.
- Não?
- Não quero ser padre.
- E não podes ser padre porque és menina.
- E não quero usar aquelas roupas das velhotas que têm uns véus na cabeça.
- Roupas com véus? Velhotas? Ah! Das freiras?
- Sim, não quero ser isso.
- Mas ser santa não é ser freira nem padre.
- Ok, mas eu não quero ser santa.
- Nem eu tão pouco te imagino santa, nem freira, estava só a meter-me contigo porque vais às duas catequeses.
- Eu gosto!
E pelos vistos está integrada. A Mathilde trouxe trabalhos manuais - fazer um Menino Jesus para o presépio - e a Manon trouxe também - o chão, a base do presépio.
- Tens trabalhos de casa da catequese da tua irmã?
- Sim. É giro!
- E da tua? Há coisas para fazer?
- Não, na minha foi muito giro também. Estivemos a fazer um teatro, quando o Rei mandou matar as crianças todas porque queria matar o Jesus e a Maria e o José fugiram. Como não havia sítio para eles dormirem, tiveram de ficar num estábulo e depois o Jesus nasceu.
- E que papel fizeste tu?
- Fui a Maria.
- Santa Maria?
- Não, só Maria.
Seja! :) Livrou-se do epíteto que, aqui para nós, seria um paradoxo aplicado a esta malandreca safadinha.
E lá continuámos os trabalhos manuais.
Menino Jesus - esferovite, arame, tecido e lã.
Manjedoura - ráfia e tecido.
Base - esferovite, papel crepe, papel vegetal e folhas do jardim.
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