segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Emoções ou "Gente feliz com lágrimas"
Quando eu começei a tocar guitarra, começaram também os cursos de música do Estoril.
Graças a Piñeiro Nagy , ganhei o gosto pela guitarra clássica e iniciei um percurso que me levou a tocar violino, seguir para o Conservatório Nacional e tocar pelas Orquestras Juvenis da época, para além de ter descoberto a minha melhor amiga, a minha guitarra.
Há anos que não assistia a um concerto de música clássica e este Verão, porque o destino me levou a conhecer o genro do guitarrista e Director Artístico dos festivais do Estoril, e até conseguiu descobrir as minhas fichas de inscrição com qualquer coisa como 8 ou 9 anos, levei a Mathilde e a Manon ao 36º Festival.
Fomos a dois concertos, o primeiro no Centro Cultural de Cascais onde estivemos os quatro e ouvimos Sonor Ensemble, um agrupamento de câmara composto quase totalmente por solistas da Orquestra Nacional de Espanha. Ouvimos será uma força de expressão não aplicável à totalidade dos constituintes desta família já que as manas, habituadas a horários menos tardios (os concertos eram às 21h30), ao fim de menos de uma hora adormeceram. Mas manifestaram grande entusiasmo e gosto pela música escutada durante a vigília. Foram para casa no intervalo e eu assisti sozinha ao que faltava.
O segundo concerto aconteceu no Museu da Música Portuguesa no Monte Estoril, um local muito bonito, e só levei a Mathilde para ouvirmos o Quarteto Blanc.
Ouviu com muita atenção, vibrou com as 16 cordas que soaram naquela noite e comentou: "A música clássica dá-me vontade de chorar. Mas não porque fique triste. Os olhos ficam assim e parece que quero chorar."
(E eu a cantarolar por dentro
"Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções
Sentindo..."
e a pensar "Ah! Roberto Carlos! Que ficas sempre bem...")
E depois acrescentou: "E também me dá vontade de dormir..." ;)
Mas não adormeceu. A emoção foi superior ao poder de embalar, suponho.
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