No outro dia, entrei no quarto da Mathilde para a aconchegar e dar um beijinho de "Boa noite" e dei com ela em cima da cama, de joelhos e mãos postas com um ar muito compenetrado.
- Mathilde... estás a rezar?
- Sim...
E fiquei ali calada a olhar para ela. Ouvi o "Avé Maria" todinho que acabava com "rogai por nós pecadores agora e na horta da nossa morte".
Sorri, perguntei-lhe onde tinha aprendido, ela disse-me que tinha ouvido na escola e lembrei-me de um colega dela de nome José Maria que há uns tempos pediu à mãe que lhe ensinasse o "Ah! Zé Maria!"
E depois esclareci que não é horta, se bem que o termo adoce a frase (quase que juro que ela disse "Regai por nós" mas não garanto e não explorei o assunto) e que rezar não tem de ser com versos aprendidos de cor. Basta falar com quem ela quiser falar, seja a Maria, o Jesus ou o Anjinho da Guarda.
E ela, muito solícita:
- Maria, guarda a minha família!
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