Na sala Manon estão a fazer um livro.
Os pais de cada menino escrevem a sua história preferida, ilustram e criam um boneco para contar a história. Vão à sala contá-la e, no final, o livro passará pelas casas de todos os meninos.
Na semana passada fomos lá contar, aliás cantar, a história da Manon.
E foi mesmo, a história da Manon, porque o que ela prefere é a canção que fiz há quase um ano e que lhe canto para a embalar.
Era uma vez uma barriga, redonda como um balão
Uma casa engraçada, como canta outra canção
Feita perfeita com esmero, de estrutura natural
Acabamentos estudados, aquecimento central
Vive nela uma menina, pequenina, a flutuar
À espera que o relógio dê o toque de acordar
Um um… um um… bebé, pedacinho do céu
Meu amor pequenina, o mundo é todo teu
E então a porta abre, a voz soa numa estreia
“Bem vinda” ouve, e aninha-se junto à pele que a rodeia
Os olhos abrem de espanto ante a vida adivinhada
Traz o perfume secreto da essência da morada
Bate no peito um tambor, o ar é novo, inspirado
Abre o gosto, abre os braços, abre o peito apaixonado
Um um… um um… bebé, pedacinho do céu
Meu amor pequenina, o mundo é todo teu
Espreguiça as mãos pequeninas, espreguiça o corpo a crescer
Tem anjinhos seus amigos que velam o adormecer
Estica os dedos, toca o céu, tece um sorriso, matreira
Traz pós de perlimpimpim, a brincar é feiticeira
Única, irrepetível, princesinha pequenina,
Harmonia encantada, sabedoria divina
Um um… um um… bebé, pedacinho do céu
Meu amor pequenina, o mundo é todo teu
Narizinho arrebitado, olhar doce e decidido
Um passo, dois, três, o riso, mais um feito conseguido
Curiosa, destemida, gulosa, determinada
Uma bolacha, duas, três, barriguinha consolada
Caracóis de sóis dourados brincam livres, leves, soltos
A meiguice dita os gestos, entre sorrisos marotos
Um um… um um… bebé, pedacinho do céu
Meu amor pequenina, o mundo é todo teu