terça-feira, 8 de maio de 2007

Yo (no) creo en brujas (pero) que las hay, las hay!


Ontem tive uma dor de barriga, uma dor epigástrica para ser mais precisa, ali por onde o estômago se contrai como um saco enlouquecido e fervilha cloridricamente para gáudio de uma digestão que se quer a começar perfeita.
Ontem engoli uma aranha feita de arame farpado que esticou as suas muitas patinhas ao longo do alto do meu abdómen, assim a descair para o hipocôndrio direito que é como quem diz ali por baixo do diafragma, no canto do fígado e da vesícula e dos canais que os ligam ao duodeno, esticou e não parou de esticar e arranhar e, sejamos claros, massacrar, torturar, esfrangalhar a minha rica barriga sem dó nem piedade.
E durou horas.

Quando fui deitar as meninas, a Mathilde fez-me uma massagem mesmo boa, daquelas com apoios em pontos precisos e alívio subsequente, carregou aqui, esfregou acolá, festinhas e beijinhos, cobertores,almofadas e bonecos para me consolarem, enfim, tratamento VIP do mais carinhoso que conheço.
- Que massagem tão boa Mathilde!
- É!
- Pois é, é! Onde é que aprendeste a fazer isto?
- Na creche, com o António (o príncipe, o seu adorado António).
- Com o António? Mas como? Foi ele quem te ensinou?
- Eu faço a ele e ele faz a mim.
- Ah! Claro...(Tão giros!... Pronto, tudo bem... ficamos assim então...)

Hoje de manhã a dor ainda cá estava, menos intensa mas presente e aparentemente com tendência ao agravamento.
Fui acordar a Mathilde, e a boa da minha criança, que anda com a mania dos pensos rápidos nos dói-dóis todos existentes e fantasiados, ela é penso vermelho, ela é penso amarelo, azul, verde, com bonecos, vulgares cor-da-pele, redondinhos, com o Winnie The Pooh, e o mais que houver, perguntou-me:
- Dói-te a barriga?
- Sim, um bocadinho.
- Eu vou pôr um penso na tua barriga.

E saca de um penso com o Tigre amigo do Pooh, o Tigro, que ela conhece-o em várias línguas mas diz sempre em francês.

- Se calhar não é preciso. Isto é um dói-dói por dentro, um penso não vai servir para grande coisa, só se for para enfeitar ;)
- Eu vou pôr, no teu dói-dói.

E eu pronto, tudo bem... ficamos assim então...
Ela abriu o curativo com muito jeitinho e precisão, levantou o meu pijama e colou-o exactamente onde me doía mais. Depois passou as mãos na minha barriga, assim como quando se acaba uma massagem, como se estivesse a limpá-la e disse:
- Sai! Sai! Sai dói-dói!
E depois olhou para mim e sorriu. E mais nada.

Isto pode parecer bizarro, coincidência ou simplesmente palerma mas a dor desapareceu, mesmo, parou naquele instante e não voltou. Pode parecer bizarro, coincidência ou apenas palerma, para mim é mágico.
Tenho uma filha mágica e ela nem sabe. Ou será que sabe?

Quando a deixei na creche pediu-me para eu guardar o penso todo o dia e eu guardei, só o tirei à noite para lhe dar porque ela queria mais um para juntar aos três coloridos que colou numa perna (deve achar que aquilo é fashion, expressão com que se saíu há umas semanas a brincar com a Kitty, a gata que veio da China, " A Kitty é muito fashion!").
Alguma vez eu tiraria aquele curativo mágico?!

Há quem vá à bruxa, eu fiz uma cá para casa ;)

9 comentários:

borrowingme disse...

poder da sugestão...

reiki, essa criança é mestre!
nada como o poder da mente para tratar a sua mamã... resultou!!!

bjs

Anónimo disse...

Tens uma menina azul, Maria? Não me adimirava nada.

Beijinho doce


Ipsy dipsy spider....

Cláudia Braz disse...

lol

cá para mim... desconfiava...

beijinhos...

M e M disse...

São, o que é uma menina azul? :)

Sara disse...

Maria, julgo que a São se refere a crianças Indigo.

Sara disse...

um link sobre crianças indigo

Anónimo disse...

Isso mesmo Sara, crianças indigo. Não é bruxaria é apenas uma percepção diferente, intensa.

Jinhos

M e M disse...

Claro! Menina Azul - Criança Índigo;
Bom, não me parece, se bem que mudar o mundo, ela mudará de certeza, mudamos todos ;)

Olinda Dinis disse...

Não será a tecnica de dar um beijinho do doi doi e ele passa?
Estou a ver é que vem aí mais uma Sra Dra :)
Beijinho bom