domingo, 17 de dezembro de 2006
"Pa Tal" versus "O Jesus"
Na sexta-feira houve festa de Natal na creche.
No ano passado, a Mathilde não achou graça ao senhor redondinho, vestido de vermelho e longas barbas brancas que ,de sininho na mão e um saco cheio de prendas, fez as honras da festa, O "Pa Tal", como lhe chamava. Encheu-se de medo e nem queria ir buscar o presente.
A vida é mudança, ainda bem!
Este ano, o encantamento foi evidente. Esteve muito tempo ao pé dele, recebeu o cadeau com prazer e quando o Pai Natal se foi embora, foi a única, entre 66 meninos e meninas, que se levantou e correu até à porta a dizer adeus, para além de já articular todas as sílabas do seu nome.
Já comentou com várias pessoas que tem um livro novo que foi o Pai Natal "da creche" que lhe deu. Achei graça ao conceito Pai Natal " da creche". Muito lógico, pois se ela vê o Pai Natal por todo o lado!, aquele era o da creche, evidentemente!
Anda encantada com o Menino Jesus também, e mostra-lo em todo o lado, na creche, em casa, nas lojas, por onde o encontra.
- Olha! O Jesus! Está aqui! E está ali também! Olha!
- Pois está Mathilde, o Menino Jesus é assim, está em toda a parte, é omnipresente!
Eu rio-me e ela também, cada uma com os seus motivos.
No fundo o Pai Natal é como Menino Jesus, também está em todos os lugares, mas parece-me que ela não o considera omnipresente, é mais uma espécie de irmandade, o da creche, o de casa, o da loja X ou Y, os da rua, os das varandas...
Uma bela seita de senhores bonacheirões que trazem alegria a todos.
Que bom que ela já gosta do Pai Natal! Se bem que me toca mais o Menino Jesus porque para mim, era Ele quem trazia as prendas.
4 comentários:
para mim também se devia manter a ideia de que é o menino Jesus que traz as prendas, mas estamos na era do consumismo. Não há volta a dar..
bjnho
Eu francamente acho isso de ser o menino Jesus um bocadinho contraditório. Afinal o menino acaba de nascer, tem de levar-se prendas a ele e não o contrário. Se se quer ir pela religião acho muito mais lógico seguirmos o exemplo dos espanhois e serem os Reis Magos a levarem prendas (tal como originalmente).
Bom, para mim o menino Jesus era um menino bem maiorzinho do que um recém-nascido, aliás, como não pensar assim se a figurinha do presépio era quase do tamanho dos pais?!
Por isso gostava tanto da ideia de um menino do meu tamanho trazer as prendas. Era um menino cheio de importância para mim e, na minha fantasia, eu para ele.
Não tinha nada a ver com a religião, era só uma coisa querida.
Pois. Talvez seja querido sim, visto dessa forma. Eu sempre pensei no Natal como o nascimento "do Jesus" e, para além disso, acreditava que havia um velhote de barbas brancas que celebrava o nascimento desse menino pequenino trazendo prendas a todos os outros. O menino Jesus, para mim, já tinha nascido há quase dois mil anos e a última imagem do mesmo era crucificado na cruz e regressado aos céus. Por isso "o Jesus" já não era menino, logo não era querido ele vir entregar prendas, e achava muito estranho uma amiga minha a quem a mãe também "vendeu" essa do menino Jesus levar as prendas... Claro que não achava estranho haver um tipo barbudo que voava pelos ares com umas renas e um trenó e, numa noite, entregava as prendas aos miúdos todos... Enfim... ideias incutidas que ainda hoje influeciam a nossa forma de encarar o natal e o transmitir aos nossos filhos.
Para o post seguinte: parabens pelos + 2 dentinhos da Manon.
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