domingo, 31 de outubro de 2010

Elles sont belles. Era só.

- Maria, ça fait un petit moment que tu n'écris pas sur les filles.
- Et que veux-tu que j'écrive?
- Qu'elles sont belles!
- OK, t'as raison.

Elles sont belles!!!





Duffy - a revelação


Descobri ao fim de muitos meses o que significa o "Duffy" que a Mathilde proferia a propósito de alguém tolinho, como ela definia quando lhe perguntava o que a palavra queria dizer.

Duffy = DEF = Tecla 3

É a tecla 3 dos telemóveis que têm escrito DEF e significa deficiente.
Explicaram-me entendidos na matéria e pelo que me dizem, TODA a gente sabe o que é.
Mas eu sou aquela pessoa que só descobriu o que era o Waka Waka quase um mês depois do mundial ter acabado e apenas porque a Manon chegou a casa a cantar isso sem descanso.
Quanto ao DEF, valha-me a desculpa de entretanto ter aderido à era digital e a maior parte das teclas terem sido substituídas por um écran liso. Vivo ilhada para digitalizada.

Não tem, pois, nada a ver com o “Dah!” dos Simpsons nem com patos sopinhas de massa, nem tão pouco com a cantora loira do “You got me begging you for mercy, why won’t you release me?”.

Não morrer ignorante sabe sempre bem. ;)

(Não morrer então! Não sei se vos diga se vos conte;))

Minúcia

A Manon a fazer um desenho, cheio de detalhes...

-Sabes mamã, eu sou a única da minha sala que sabe fazer pescoços!

sábado, 23 de outubro de 2010

Pertinências


Esta manhã, ao pequeno almoço...

- Porque é que vocês nunca nos mandam batatas fritas para a escola?

- Porque vocês já comem suficientes chupas e rebuçados que as amigas vos dão lá na escola, Mathilde, e não podem passar a vida a comer dessas coisas.

- Mas há meninos lá na escola que levam.

- Pois, mas isso é com os pais desses meninos. Eles fazem as escolhas deles e nós as nossas e tentamos que vocês comam como pensamos ser melhor para a vossas saúde. Comem batatas fritas de vez em quando cá em casa ou nas festas de anos.
Não é porque os os outros fazem que nós temos de fazer. Sabes como se chama quem vai sempre atrás do que os outros fazem? É uma "Maria vai com as outras".

- Maria? Mas tu és Maria.

- Sim mas não vou com as outras se não me apetecer. É porque há muitas Marias no mundo e escolheram provavelmente o nome por isso. Podia ser Mathilde ou Manon mas o que interessa é que é alguém que faz como os outros sem pensar.

- En français on appelle les gens comme ça des "moutons".

- Des moutons?

- Pois, carneirinhos, todos atrás uns dos outros.

- Oui, s'il y a un mouton qui va dans un endroit, les autres le suivent.

- E os pastores? Fazem o quê? Também os seguem? Ou vão atrás de outros pastores?

Elas às vezes têm com cada uma que até parecem duas

A propósito de uma estória sem pés nem cabeça...

- Se calhar era melhor fazermos isto como deve de ser, não achas Mathilde?
- Eu quero lá saber do protocolo!

(Perdão??)

A língua portuguesa é muito traiçoeira


Ao folhear o livro de Língua Portuguesa da Mathilde, ao acaso parámos na página do X ...
- Oh! Regardes chérie! Regardes ce qu'il y a écrit là!
- Xavier? Xavier!!
- Oui! C'est papa!
- E não há Maria? Tu não me digas que não há Maria!
E folheando o livro depressa até ao M...
- Sim mamã! Olha! Macaco, há mamã, sim. M. Está aqui!
- ?... ...

Há macaco? Isso é equivalente a mamã?
Isto é um karma qualquer. Eu sei que tenho braços de símio, muito compridos, e que o Xav, cada vez que há imagens de macacos e primos de macacos na televisão, exclama "Regardez Maman à la télé!" mas nunca pensei que a mensagem tivesse sido absorvida a este ponto... ;)

Eu também...




- Tu sais papa, j'aimerai aller vivre en vacances.
- Moi aussi, Manon, moi aussi...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Odontologia II - Versão loira

A Mathilde mudou de incisivos de forma rápida e incisiva . Começou cedo e foi uma pressa. Estão 6 cá fora há que tempos e 2 espreitam há que tempos também, devem estar à espera que o maxilar cresça, benzós Deus!. Achámos estranho, os amigos também, a médica dentista também.

Em Setembro fomos à revisão semestral e uma nova surpresa nos foi revelada, a Manon tem os 4 primeiros incisivos a abanar.

A Manon tem 4 anos e meio.
4 anos e meio e dentes a abanar? Mas que raio se passa nestas bocas?!

A dentista disse-nos que pode demorar bastante até cairem de facto mas se continuar assim vamos ter, um dia destes, uma baliza assobiante na boca da nossa loira. Como ela tem caninos de vampiro deve ser coisa gira de ver.

Lembrei-me disto há minutos porque vi uma senhora aparentemente jovem na televisão com uma baliza dessas e à primeira vista pareceu-me coisa natural. Só quando o Xav comentou que lhe faltavam uns tantos dentes me dei conta que de tanto ver crianças naturalmente desdentadas no último ano já nem estranho, pelo menos no imediacto, quando vejo um adulto na mesma situação. Coisas minhas...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Presente do conjuntivo

Estavamos a cantar uma canção que eu fiz para ajudar a Mathilde e a Manon a memorizar a lateralidade, que a direita e a esquerda constituem problema difícil para o género feminino em geral e para mim em particular que sou o exemplo típico a quem se aplica a expressão "The other right", quando pelo meio da letra surge "um truque que me ajude" que a Mathilde cantava com insistência "que me ajuda".
- Que me ajude.
- Ajude?
- Sim, ajude.
- O que é isso?
- É o verbo ajudar, é como ajuda mas noutro tempo verbal (noutro modo seria o correcto porque o tempo continua a ser o presente mas já a ideia do tempo me deu trabalho a resolver, quanto mais?!, raça das miúdas que perguntam coisas que eu não consigo explicar assim à primeira!).
- O que é isso?
- O tempo verbal é o tempo em que tu fazes alguma coisa. Por exemplo hoje eu ajudo, é o presente, hoje. Ontem eu ajudei, é o passado, chama-se pretérito perfeito mas isso não é muito importante saberes agora, é só para explicar que foi no passado. Dantes eu ajudava, é outro tipo de passado, imperfeito. Se for amanhã é o futuro, amanhã eu ajudar...
- Ah! Tu ajudas muito!

Será? (futuro do indicativo, terceira pessoa do singular, se não me falha a memória)

O Melhor


A lista de material para o 1º ano da Mathilde incluía um livro para ficar na biblioteca, devidamente identificado.
Ela escolheu "O ponto" de Peter H. Reynolds que eu descobri no Verão na feira do livro de Cascais.
Tinha ido à caça de leituras porque a pilha de livros do Natal já acabara e não encontrei nada que me apelasse a tirar a carteira para trocar palavras por euros. Trouxe apenas "O triunfo dos porcos" de George Orwell que li antes de me deitar umas noites depois, e uns tantos livros para a Mathilde e para a Manon. Um deles era este "O Ponto" que ofereci às duas e até escrevi uma dedicatória.
"Para a Mathilde e para a Manon para que nunca se esqueçam de tentar fazer sempre o seu melhor, seja ele qual for."
(Qualquer coisa assim com o remate "Adoro-vos!")

Digo-lhes muitas vezes que não é preciso serem as melhores aqui ou acolá mas serem o seu melhor, terem brio por fazerem o melhor que sabem e podem porque como dizia a minha avó e diz a minha mãe, quem faz o que pode a mais não é obrigado, e como diz na Bíblia, quando tens um talento põe a render.
Se fizerem o melhor que sabem, ainda que lhes pareça pouco, é o melhor e este melhor é muito bom e deve ser encorajado.

Há uns dias a Mathilde estava a jogar na sua DS um jogo qualquer com o Super-Mário com níveis de dificuldade crescente. E barafustava com a máquina e refilava com os obstáculos e gritava de contentamento quando conseguia e suspirava de alívio quando acabava um nível.
Às tantas ouvi em loop ao estilo dos discos riscados "Não! Não! Não! Não! Não! Não!..." Fecha a Nintendo, olha para mim e a sorrir conclui "Eu tentei o meu melhor. Tenho de melhorar o meu melhor e hei-de passar este mundo! Ouviste mamã? Eu fiz o meu melhor!", e havia um orgulho contente escondido atrás da atitude.

É isso mesmo, nos mundos do Super-Mário ou noutros quaisquer fazer o teu melhor é muito bom, Mathilde!


(Atenção! Se às vezes não te apetece, também não é o fim do mundo, mas as consequências poderão ser diferentes. Ou não...
Esta parte não expliquei, achei que acalentar a ideia era preferível, para já, e não introduzir muitas variáveis que a possam tornar confusa :))

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Para mim"


Não aprecio Monsieurs Je-sais-tout-!, e acredito que tudo é relativo, passivo de polemização, discutível, diferente consoante a perspectiva, a sensibilidade, capacidade crítica, circunstância, etc, etc, etc, e que se pode até discutir e discordar do que acabo de escrever.

Assim, tenho por hábito, já bastante enraizado, não fazer afirmações sobre experiências minhas como se fossem experiências universais e acrescento sempre que possível e me pareça pertinente (que é quase sempre), um "parece-me" ou um "para mim" ou "imagino eu que", porque sei lá eu se é mesmo assim?!, "Parece-me", "para mim" é assim mas para os outros pode ser muito diferente.

Tenho pois, apesar de conhecer a pragmática, este afã semântico-neuro-linguístico, este e outros, que tenho uma costela Edite Estrela e passo a vida a corrigir os "Há três anos atrás" (como se hovesse três anos à frente!, há três anos!!, ou três anos atrás!!), os "Eu tenho um amigo meu" (ora se tens um amigo é porque o amigo é teu!), e diz-se o punho e não o pulso e etc, no fundo este meu fundo "Edítico-Estelar" é das poucas coisas onde não ponho um "parece-me" ;) embora, de qualquer forma, possamos sempre discutir o assunto, com a certeza porém de que dificilmente mudarei de ideias.

De há uns meses para cá a Manon começou a incluir nas suas afirmações sobre gostos e desgostos a expressão "para mim".
Na maior parte das vezes já não diz que não é bom ou que é mau. Diz "Não gosto. Para mim não é bom." e sublinha com a voz, o olhar e até o gesto o "para mim".

Não me dei logo conta. "Para mim" é tão usado por mim que nem estranhei e só há poucas semanas me capacitei desta pequena maravilha, "para mim", perdoe-se a repetição.
A minha Manon pequenina tem em conta que para os outros pode ser diferente e com isso fiquei muito contente.

Parece, se calhar, uma minhoquice de mãe ou de pessoa com-a-mania-que-tudo-é-relativo-e-com-um-fundo-Edítico-Estelar-para-além-de-um-afã-semântico-neuro-linguístico...
Pois, se calhar, parece. Mas "para mim" é uma pequena maravilha considerado e dito pela Manon.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vocações VIII


- Sabes o que é que eu também poderia ser?
- O quê Mathilde?
- Pintora.
- De paredes?
- Não! De quadros!
- De quadros. Claro.
- É que eu tenho atitude para o desenho!
- Tens o quê?
- Atitude!
- Quem é que disse isso?
- A professora de Música.
- A professora de Música?
- Sim, na aula de Moral.
- A professora de Música, na aula de Moral, disse-te que tens atitude para o desenho?
- Sim.
- ...
- A professora de música é quem dá Moral. E hoje fizemos um desenho.
- ... (Graças a Deus! A explicação!)... Pois... Eu também acho que tens imenso talento para desenhar Mathilde. Fazes coisas incríveis para a tua idade, e até para minha se queres que te diga, e tens uma imaginação e criatividade que me encantam.
No entanto, minha querida, apesar de eu achar que na vida muitas coisas são uma questão de atitude, o que a professora de Música, na aula de Moral, te deve ter dito, suponho, é que tens aPtitude para o desenho, que é o mesmo que aptidão que é o mesmo que jeito, talento.
- Pois, atitude ou aptitude... tenho isso, diz a professora... mas posso ser pintora de quadros? E um dia faço uma exposição e vai ser maravilhoso...

(E eu guardarei todos os teus desenhos desta altura que vão valer uma pipa de massa no ebay, que se já não existir há-de ter um descendente!)

Ohé, ohé Matelot...

Gostamos muito de água e de desportos náuticos e tentamos passar à Mathilde e à Manon este prazer.




Para além do Surf e do Windsurf, a Vela esteve também na ordem do dia neste Verão.
As amigas (velejadoras e maiores do que elas) proporcionaram-lhes belos passeios na Escola de Vela da Lagoa na Foz-do-Arelho, um local muito agradável e acolhedor, da Blica e do Philou que elas adoram :)



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Felizes para sempre



Entretanto há quase um mês casaram a Ana e o Nuno e a Mathilde e a Manon deliraram. Sobretudo a Mathilde que nos pedia para irmos a um casamento e que perante a resposta "É necessário que alguém nos convide." replicava "E porque é que ninguém nos convida?", sem que a justificação "Bom, porque já casou tudo à nossa volta e quem não casou não quer casar." a satisfizesse.

Assim que souberam da boda andaram excitadíssimas com a perspectiva do evento.

Aperaltaram-se, quiseram penteados com fitinhas no cabelo e até maquilhagem como a minha.
Eu sou a madrinha e para elas o "cargo" aplica-se-lhes também, logo, com os seus bouquets miniatura iguais aos da noiva, estiveram orgulhosas e divertidas.
Estavam tão bonitas mas tão bonitas que até pediram uma sessão fotográfica antes de sairmos para a festa e nós, que nem somos dessas coisas ;), concordámos :D





























Foi uma bela boda e estivemos todos felizes pelos noivos e por nós, que isto dos matrimónios lembra-nos, inevitavelmente, o nosso :)